Obrigado, Pedro Passos Coelho
Votei duas vezes em Pedro Passos Coelho na certeza seria a pessoa certa para conduzir os destinos de Portugal. Tal facto não me impediu de o criticar, frequentemente, neste blogue e não só, por discordância de algumas das suas decisões. Quem me conhece, sabe bem que digo o que penso. Todavia, tive sempre o cuidado de realçar que formulava as minhas críticas com a consciência do meu desconhecimento relativamente a todas as variáveis inerentes às decisões que Passos Coelho tomou. Quanto mais não seja, só pelo facto de ter uma personalidade distinta da de Passos Coelho, em condições análogas, invariavelmente, a minha decisão teria sido diferente.
E, efectivamente, Pedro Passos Coelho cometeu erros. O chumbo do PEC IV é um deles. Outro foi a comunicação. E o maior de todos terá sido ter o comportamento correcto e fazer o que deveria ser feito. Os portugueses, que não se apercebem que há uma distinção, confundem frequentemente sonhos com ilusões, preferindo estas últimas. Adicionalmente, como ter razão é um pecado capital em Portugal, aqueles que a possuem estão para além da redenção. Pedro Passos Coelho não foge à regra.
Contudo, tendo em conta a sua postura, é de admirar que Pedro Passos Coelho nunca tenha granjeado o apoio incondicional do seu próprio partido? Como é que isso seria possível se jamais colocou os interesses do PSD, e dos seus lobistas internos, acima dos interesses de Portugal? Esta atitude nunca lhe foi perdoada e, desde o início que, gradualmente, aqueles que esperavam ter alguma influência em proveito próprio, se foram afastando, votando-o a um sistemático isolamento.
No entanto, Pedro Passos Coelho é um vencedor. Disputou e ganhou duas eleições legislativas, uma delas contra todas as expectativas, depois de ter liderado o país num dos seus mais sombrios e nefastos períodos.
Há, na minha modesta opinião, três momentos em que Passos Coelho mostrou ser um verdadeiro estadista: Primeiro, quando disse não ao Ricardo Salgado. Nenhum antes dele o fez e não acredito que o seu sucessor o fizesse; Segundo, quando aceitou os custos do “irrevogável”, o que não deve ter sido nada fácil; E, terceiro, quando deu cumprimento ao acordo da Troika.
Pedro Passos Coelho decidiu não se recandidatar à liderança do PSD. Pessoalmente, acho que faz muito bem. Revela que aprendeu com os seus erros. E, até nesta decisão, demonstra sentido de responsabilidade. Em vez de fragmentar o partido, numa disputa eventualmente fratricida, dá ao próximo líder a oportunidade de unir o PSD.
Aqueles que fizeram o que fizeram apenas porque Pedro Passos Coelho fez o que fez, vão sentir a falta dele. Esses, que hoje se regozijam, e que dificilmente serão capazes de lhe reconhecer o mérito e o bem que fez ao país, perdem agora a causa de todos os males, o bode expiatório para tudo e todas as asneiras que fazem.
O país, e particularmente o PSD, têm uma enorme dívida de gratidão a Pedro Passos Coelho. Será a história que lhe dará o reconhecimento e a justiça que merece.
Eu apenas expresso o meu agradecimento pelo que fez por Portugal e desejo-lhe, e à família, o maior sucesso possível.
Pedro Passo Coelho, obrigado!
Perfeitamente de acordo com a sua análise.
Triste Pais que não aproveita os seus melhores, ao mesmo tempo que “elege” Isaltinos.
Enfim é o Pais que temos, e estamos na melhor das situações dadas as nossas circunstancias.
FG
2017-10-04 at 9:18