Na base do conhecimento está o erro

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Lealdade e respeito pelos munícipes

Lealdade

Luís Filipe Menezes sempre se afirmou leal. A tudo e todos, principalmente aos gaienses. Tanto que chegou a dizer que se manteria no cargo de Presidente de Câmara de Vila Nova de Gaia até ao último dia (compromisso que também não honrou).

Fernando Ruas, Presidente da Câmara Municipal de Viseu desde 1990, também poderia ter optado por ser candidato a qualquer outra Câmara Municipal. Todavia, não o fez.
Pode ser que esteja errado, mas isto é que é lealdade e respeito pelos munícipes. Neste caso, pelos viseenses. Não é difícil equacionar que, caso o deseje, facilmente Fernando Ruas voltará a ser Presidente da Câmara Municipal de Viseu daqui a 4 anos.

Luís Filipe Menezes jamais poderá fazer o mesmo. Não regressará a Gaia. A sua “lealdade” já é outra!

A verdade é que Luís Filipe Menezes não demonstra ter lealdade por ninguém. Nem pelos gaienses, nem pelos portuenses.
Só por ele e pelo poder!


Que entendimento terá Menezes de “escorreito”?

Quando Luís Filipe Menezes afirma “Sempre tive confiança no funcionamento escorreito dos tribunais num Estado de Direito”, que entendimento terá de «escorreito»?

Será que o facto de ter tido conhecimento antecipado – pelo menos de 24 horas – dos números exactos de votos do acórdão do Tribunal Constitucional tem alguma influência?

TC61


Que raio de assessores tem o homem?

Em plena campanha eleitoral, Luís Filipe Menezes ficou todo ofendido por terem interpretado mal uma acção de caridade que teve para com uma idosa, diabética, à qual pagou a renda de casa e a conta da luz, devido à pendência dum despejo. Segundo a sua candidatura, a intenção nunca foi comprar votos, mas ajudar um semelhante.
No entanto, terá isso essa realmente a única intenção? Talvez, mas vejamos:

Confrontado com a necessidade da idosa, Luís Filipe Menezes podia muito bem ter pedido a um amigo, a quem mais tarde privadamente ressarciria do montante despendido, para pagar as despesas da senhora. Desse modo, incógnito, resolvia a urgência da situação e, eventualmente, quando a história se tornasse pública, a sua imagem teria outra dimensão.

Todavia, não foi isso que Luís Filipe Menezes fez.

Não vou conjecturar sobre as razões para Menezes ter feito o que fez. Para mim, é claro que procurou tirar dividendos políticos duma acção humanitária, o que por si só já corrói a intenção de ajudar.
Mas o tiro na culatra não se ficou, nem se fica, por aqui. E é precisamente neste ponto que as questões se multiplicam:

  • Primeiro, entendem-se duas explicações oficiais diferentes (aqui e aqui), para este caso?
  • Segundo, ao contrário do que afirmaram Luís Filipe Menezes e a sua estrutura, a idosa não tinha nenhum processo de despejo pendente. Será que se enganou ou haverá mais casos destes?
  • Terceiro, porque é que a secretária de Luís Filipe Menezes recebeu os munícipes portuenses, com rendas em atraso, que se dirigiram à Câmara Municipal de Gaia, adiando eventuais decisões para depois das eleições?
  • Quarto, será que a atitude seria a mesma se não se realizassem as eleições?

Como uma virgem ofendida, Luís Filipe Menezes pede respeito pelos direitos (que pensará dos deveres?) e, ao Presidente da Comissão Nacional de Eleições, tranquilidade e sensatez. Seria bom que alguém da sua entourage o fizesse perceber o quanto incoerente é ao exigir a outros o que não tem ou faz.

Mas, como eleitor, uma das coisas que me deixa mais apreensivo é a facilidade da variação de humor que Luís Filipe Menezes demonstra. Tão depressa é amável como irascível. Tão depressa está eufórico como deprimido. Esta circunstância é facilmente constatável nas acções de campanha e na sua reação às perguntas dos jornalistas ou às situações que não lhe agradam. Passa do oito ao oitenta num ápice. Daí que a dúvida me assalte. Será Luís Filipe Menezes bipolar?

Contudo, o maior problema de Luís Filipe Menezes não é pensar que pode fazer o que bem entender nem tampouco é a eventualidade de ser um maníaco-depressivo. Não! O seu maior problema é não ter nenhum assessor, ou até amigo, que lhe diga: Não. Não faça assim nem diga essas coisas!

Daí a minha pergunta inicial:
Que raio de assessores tem o homem?

Naturalmente, considerando todas as possibilidades, existe a hipótese de alguém lhe ter dito não e de Menezes não ter ouvido. Provavelmente, o ouvir ou não, dependerá do estado de humor. Quem sabe?


Será estupidez?

“A candidatura de Luís Filipe Menezes diz que ainda não recebeu nenhuma notificação da Comissão Nacional de Eleições (CNE) para que o candidato do PSD se pronuncie sobre o pagamento de rendas de casa a moradores de bairros camarários do Porto, noticiado pelo PÚBLICO. Mesmo assim, está a preparar a resposta para ser enviada ainda neste sábado à CNE.

“Já vimos todos os emails ligados à campanha e não temos nenhuma notificação da Comissão Nacional de Eleições, mas a candidatura está a trabalhar no sentido de enviar a resposta ainda hoje”, afirmou ao PÚBLICO fonte da candidatura.”

Se ainda não receberam a notificação oficial, vão responder a quê?

Será estupidez? Ou mais um dos habituais fait divers?


Nada como dar o exemplo: “Menezes anda a pagar rendas e luz em atraso a habitantes do Porto”

Se fosse necessário mais alguma razão para perceber que Luís Filipe Menezes é um político retrógrado e que apenas representa uma postura política desfasada do tempo, que o Porto e Portugal bem dispensam, aqui está ela:

Ir a votos não é suficiente. É necessário “adquiri-los”!

Este tipo de postura é revelador de duas coisas:
do nível de insegurança e de confiança que Luís Filipe Menezes tem nele próprio e nas suas propostas.

Ainda por cima, é em Gaia, mais ou menos às escuras, que faz as transacções (agora adiadas para Setembro)!

Luís Filipe Menezes é um homem que não discute política. Refugia-se sempre na comunicação que faz nos almoços ou jantares que oferece. Esta é a sua concepção de diálogo. Ele fala, os outros ouvem. E, demonstrando simultaneamente o seu conceito de democracia e a sua atitude de fácil gastador, Luís Filipe Menezes, actualizou a táctica de Valentim Loureiro e anda a pagar rendas e luz em atraso. Será a troco duma cruz? Se for, certamente que não é por uma questão religiosa.

Alguns dos dirigentes do PSD deixaram de ser pluralistas. E parecem ser mais comunistas do que os próprios.

Apresentou um orçamento de 350 mil euros como despesas de campanha. Quando oficializar as despesas finais, o valor andará à volta de 1,3 milhões de euros. Claro, quando o dinheiro não é do próprio, gastar é fácil.


SWAPS, virgindade e ofensas

Nos últimos dias, temos vindo a assistir a mais um deplorável espetáculo político: o tango das SWAPS, sendo que as puras dançam ao ritmo das afrontas.

As famosas SWAPS “públicas”, dignas de serem replicadas por terem ajudado a despesa nacional, remontam ao consulado de José Sócrates. Já aí apresentaram um prejuízo de 1,5 mil milhões de euros, mas as lições não foram aprendidas e as ditas floresceram tornando-se transversais a nível nacional e local.
Intermediários, e não só, de ambas as cores (é aqui se que nota a promiscuidade), venderam e tentaram vender ainda mais este tipo de instrumento financeiro, o qual apesar de ser mais prejudicial do que benéfico, tem um risco reduzidíssimo uma vez que acaba sempre por ser pago pelo povo. Claro que há sempre quem ganhe dinheiro – e muito – com este tipo de operações. Todavia, nesse alguém não estão os contribuintes.

PS e PSD, que nunca o foram, agem como virgens e trocam ofensas entre si. Contudo, os verdadeiros ofendidos são os portugueses que parecem não merecer qualquer tipo de respeito por parte dos seus representantes eleitos.

Existem instrumentos financeiros que não podem ser contratados por qualquer um, principalmente por quem é incapaz de analises racionais e isentas, pois exigem conhecimento e sensatez, atributos que dificilmente se encontram em pessoas que gastam levianamente o dinheiro que não é deles.

E quem é que se vai responsabilizar? PS, PSD ou nenhum?

P.S. – Luís Filipe Menezes, e todo e qualquer político que tenha utilizado este tipo de mecanismo financeiro ruinoso, tem que responder pelo mesmo. E se na decisão da utilização de tal operação estiver uma tentativa de camuflagem de má gestão dos dinheiros públicos, a premeditação deve ser considerada e o castigo dever ser ainda maior.


Olha, a SWAP do Menezes teve prejuízo!

SwapLFM

Mais um prejuízo. Será de estranhar numa gestão que só soube criar dívida?
A verdade é esta. Quando se analisa o percurso de Luís Filipe Menezes como gestor de dinheiros públicos, a única conclusão a chegar é que só sabe gastar e, ainda por cima, mal!

Este é o político do PSD mais parecido com José Sócrates.


(Mais) Dois exemplos da boa gestão autárquica

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Associação de Calimeros

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O tribunal condena e a Relação confirma.

Mas é uma injustiça!

É uma injustiça!


Que mais falta prometer?

“Museus, residências estudantis, um parque radical e até uma Broadway. Cabe tudo no plano do candidato à Câmara do Porto.”

Psiu, desculpe, mas esqueceram-se das rotundas quadradas, das alamedas com estátuas e do túnel. Ah, sim. As pontes são três!

Que mais falta prometer?

Luís Filipe Menezes é,

indubitavelmente,

um político retrógrado!


Legítimo, pá!

MRB legitimo

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Não sei o que leva um político experiente como Luís Filipe Menezes, que já foi deputado, secretário de estado e autarca, entre outras funções, a questionar a primeira forma de cidadania e a essência da democracia.
Questionar a legitimidade dum cidadão ou grupo de cidadãos em fazer uma pergunta é negar a democracia.
Será que é por não saber o que é a democracia? Ou meramente por não estar habituado a ser questionado? (também pode estar a ser mal aconselhado e/ou assessorado).

Seja lá qual for a razão, eis-nos perante o resultado, inteiramente previsível, desta manobra dilatória que apenas pode ser encarada como um expediente menor:
O Tribunal Constitucional rejeitou o recurso de Luís Filipe Menezes.
Em democracia, não há nada mais legítimo do que uma pergunta dum cidadão ou dum grupo de cidadãos.

O Movimento Revolução Branca (MRB) traduz uma atitude que se reveste numa forma de pluralismo que solidifica a soberania popular e enriquece a participação democrática.

Legítimo, pá! 

O MRB tem legitimidade.

Deplorável é o comportamento que continua a manifestar. Não tem um pingo de humildade nem qualquer respeito por um órgão de soberania. Até já evoca os tempos do sulista, elitista e …

Nota final: conforme afirmei aqui – O rosto da ilusão – só após uma pronunciação do Tribunal Constitucional sobre a questão de fundo, a lei 46/2005 de limitação de mandatos, a qual, vergonhosamente, diga-se, tentou agora ser contornada, é que Luís Filipe Menezes saberá se pode ir a votos ou não.


Um passo para a interpretação da lei

Amanhã, 20 de Junho, de 2013, será conhecida a decisão do Tribunal da Relação de Lisboa relativamente ao procedimento cautelar movido pelo Movimento Revolução Branca (MRB) ao candidato do PSD, Fernando Seara.

Assim, antes que a mesma seja conhecida, gostaria de relembrar que o MRB nada tem contra Fernando Seara e que apenas quer obter uma clarificação interpretativa da lei 46/2005.
Espero, por isso, que a questão de fundo tenha sido objecto de apreciação.

Contudo, confesso estar curioso para ver qual será a reação de Luís Filipe Menezes.
Será de euforia ou de disforia?


Como alguns partidos vêem o Movimento Revolução Branca (MRB)

MRB

Para o candidato do PSD, ao Porto,
Luís Filipe Menezes, o MRB é comunista.

Para o candidato do PCP, a Alcácer do Sal,
Vítor Proença, o MRB é neofascista.

E esta, hein!?
Falta de vergonha não parece ser. Será farinha do mesmo saco?


Descubra as diferenças: coberturas

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Em 2006, Nuno Cardoso, defendeu a cobertura parcial da VCI, sendo o “piso” superior transformado num espaço público.

Em 2013, Luís Filipe Menezes, volta a promover a construção dum túnel entre o Porto e Gaia.

Será uma questão de dívida futura?


Descubra as diferenças: IMI

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A Câmara do Porto baixou o IMI em 10%

A Câmara de Gaia aumentou o IMI em 20%

 

Será o modelo de gestão?


O rosto da ilusão


O grande defensor da pluralidade!

Demonstrando o seu imenso apreço pelo cidadão e reconhecendo a importância do papel deste na sociedade, Luís Filipe Menezes e o PSD interpuseram um recurso judicial à decisão que o impedia de concorrer às autárquicas.
Mesmo tratando-se dum expediente processual, legítimo, diga-se, não deixa de ser curioso que este recurso não procure abordar a questão de fundo, ou seja, a interpretação da lei de limitação de mandatos. Porque será?
Será que Luís Filipe Menezes e o PSD receiam uma pronunciação judicial sobre a mesma?
A pergunta permanece porque o recurso apresentado por Luís Filipe Menezes apenas disputa a legitimidade dum movimento e dum cidadão em questionar uma determinada interpretação da lei.
Isto não é o comportamento dum democrata e dum pluralista. Antes pelo contrário!
É uma jogada política baixa que procura restringir a cidadania dos portugueses e que simultaneamente faz da democracia uma ilusão.

Contrariamente ao que Luís Filipe Menezes, o PSD e os seus correligionários pretendem fazer passar, o Movimento Revolução Branca não tem pessoalmente nada contra os candidatos. Tem dúvidas quanto à interpretação da lei! E quer ser esclarecido.
Ora, a entidade por excelência para tal são os tribunais. Se o Tribunal Constitucional disser que os candidatos podem concorrer, o Movimento Revolução Branca ficará esclarecido. São os tribunais quem interpreta a lei e não os partidos.

A providência cautelar foi apenas suspensa. A decisão não é definitiva! Para todos efeitos, Luís Filipe Menezes só saberá se o seu nome constará no boletim de voto depois da decisão do Tribunal Constitucional.

Por fim, numa nota pessoal, apesar de ter permanecido simpatizante, desfiliei-me do PSD em 1988. Ainda bem, pois não me revejo em alguns dos seus filiados mais proeminentes, porque o PSD já não é um partido pluralista.
O seu lema actual é: Follow the leader and you shall be given crumbs!


Estaline, PSD, Pluralidade e o cidadão

Confesso que estive para dar outro título a esta reflexão. Afinal, a época da caça ao cidadão abriu mais cedo este ano.

Estamos em ano de eleições. Autárquicas, além do mais, onde o grau de aproximação e de identificação com o cidadão é maior. Como tal, os partidos políticos preparam-se para atirar “charme” aos eleitores. Vão falar de cidadania, da importância do papel do cidadão e de pluralidade. Vão falar da utilidade da participação dos cidadãos nos projectos que defendem, da necessidade dum melhor futuro e de pluralidade. Vão falar dos seus candidatos, das maravilhas da gestão dos mesmos e de pluralidade. Vão falar, sobretudo, de pluralidade, mas não a praticarão! Principalmente, se os cidadãos questionarem a legitimidade da sua perpetuação ao cargo público.

A interpretação da lei 46/2005, de limitação dos mandatos, e a procura de esclarecimento sobre a leitura do extenso articulado deste diploma, composto por dois artigos, que alguns cidadãos procuraram junto do órgão indicado para o efeito, o tribunal, provocou uma reacção muito pouco democrática por parte do PSD e de alguns dos seus candidatos.

Porque é que tal aconteceu? Porque, aparentemente, o PSD e os seus candidatos, que deviam ser pluralistas, não lidaram bem com a diversidade de leituras, particularmente com as que não foram concordantes com os seus objectivos. Ora, este tipo de postura é muito mais condizente com o comportamento com um partido totalitarista do que com um partido social-democrata.

Note-se que os cidadãos não precisam da autorização dos partidos políticos para esclarecerem as suas dúvidas. Nem os candidatos dos partidos devem encarar as interrogações dos seus concidadãos como uma ofensa pessoal. Antes, pelo contrário. Até porque se o tribunal sustentar a pretensão dos candidatos, estes ficam mais legitimados. E, simultaneamente, os cidadãos ficam esclarecidos quanto à significação da lei.

Efectivamente, a época de caça ao cidadão já abriu. Infelizmente, alguns deles, por terem a ousadia de questionar, estão a ser atingidos no seu bom nome. Isto é inaceitável!

Ao saber que outro recurso aos tribunais foi movido contra a sua candidatura ao Porto, Luís Filipe Menezes, apenas proferiu esta frase: “Volta Estaline que estás perdoado”.

Quem é que se está a comportar como tal? O cidadão ou o candidato?


Luís Filipe Menezes ou o presidente de câmara vitalício!

Ao personalizar o título desta pequena reflexão, talvez esteja a ser injusto. Afinal, há mais autarcas em circunstâncias idênticas. Álvaro Amaro, Fernando Seara, Fernando Costa, Francisco Amaral, João Rocha, Jorge Pulido Valente, José Estevens, entre outros, e todos eles quiçá tenham o mesmo objectivo. Mas, Luís Filipe Menezes é especial porque quer ser candidato à minha cidade. Porém, encontrou alguns obstáculos: a lei, a sua interpretação e os cidadãos.

Todos os políticos manifestam apreço pela pluralidade e cidadania. Todavia, quando os cidadãos questionam a perpetuação dos actores políticos cai a Sé e a Torre dos Clérigos e reclama-se contra uma possível anarquia cívica e institucional. Se já tribunais é o diabo, cidadãos a interpretar a lei é uma heresia. É aqui que a “tolerância” política se desmorona. Os cidadãos não podem querer esclarecer as suas dúvidas quanto à observância da lei. Não. Cidadãos como estes estão contra os partidos e os políticos. Logo, podem ser denegridos, ou melhor, gentilmente classificados.

Ora, a Constituição da República Portuguesa, pelo seu art.º 118, impede o exercício vitalício de cargos políticos e prevê a possibilidade de limitação à renovação sucessiva de mandatos aos titulares de funções executivas e a já célebre lei 46/2005, que o PSD ajudou a redigir, efectivamente estabelece limites à renovação sucessiva de mandatos dos presidentes dos órgãos executivos das autarquias. Curiosamente, este diploma tem uma particularidade que torna complicadíssima a sua interpretação. Só tem dois artigos, sendo que o segundo apenas expressa a entrada em vigor. Por sua vez, o primeiro artigo é constituído por três números. São eles:

  1. “O presidente de câmara municipal e o presidente de junta de freguesia só podem ser eleitos para três mandatos consecutivos, salvo se no momento da entrada em vigor da presente lei tiverem cumprido ou estiverem a cumprir, pelo menos, o 3º mandato consecutivo, circunstância em que poderão ser eleitos para mais um mandato consecutivo.”
  2. O presidente de câmara municipal e o presidente de junta de freguesia, depois de concluídos os mandatos referidos no número anterior, não podem assumir aquelas funções durante o quadriénio imediatamente subsequente ao último mandato consecutivo permitido.”
  3. “No caso de renúncia ao mandato, os titulares dos órgãos referidos nos números anteriores não podem candidatar-se nas eleições imediatas nem nas que se realizem no quadriénio imediatamente subsequente à renúncia.”

Felizmente para nós, os partidos e respectivos intervenientes políticos estão sempre dispostos a ensinar a sociedade. Luís Filipe Menezes está a candidatar-se às mesmas funções que ainda exerce sem nenhum intervalo de tempo, mas de acordo com a sua argumentação, e do PSD, não se verifica nenhuma ilegalidade porque uma vez que não se recandidata a Gaia não se trata de uma renovação de mandato. Ficamos assim a saber que funções e quadriénio são sinónimos de geografia.

Contudo, a nossa aprendizagem não cessa aqui. Também aprendemos que Luís Filipe Menezes não quer ser Presidente da Câmara Municipal de Gaia eternamente. Nem do Porto ou de qualquer outra no futuro. Aparentemente, Luís Filipe Menezes só quer ser Presidente de Câmara vitalício!

É neste contexto que posso vislumbrar o dilema que terá em 2025.
Matosinhos? Gondomar? ou Maia?


Imbecilidade ou incompetência não deve ser. Será esquecimento ou interesse?

Pedro Duarte, director da campanha da candidatura de Luís Filipe Menezes à Câmara Municipal do Porto, assina um comunicado onde é pedido “(…) a todos os agentes políticos que contribuam para a cabal clarificação e rápida desta situação (…)” criada pela Lei 46/2005 de limitação de mandatos autárquicos.

Neste sentido, mais adiante, o mesmo documento refere que “(…) cinco dos seis partidos com presença parlamentar dizem não ter dúvidas sobre a lei, mas nada fazem para terminar com esta querela artificial (…)” e que “(…) o Presidente da República detectou um erro ortográfico estrutural na publicação da mesma e, paradoxalmente, apesar do atempado alerta do Supremo Magistrado da Nação, nada foi feito para corrigir esse erro”.

Como presumo que o director da campanha de Luís Filipe Menezes tenha conhecimento que existe um normativo que prevê as circunstâncias de erros gramaticais, a Lei n.º 74/98, de 11 de Novembro, e sucessivas alterações, designada como Publicação, Identificação e Formulário dos Diplomas, acredito que a referência no texto à descoberta do Presidente da República seja casual e que, no que respeita à eventual correcção da lei de limitação dos mandatos, apenas se verifique um pequeníssimo esquecimento dos prazos previstos para esse efeito, que são de 60 e não de 2046 dias!

Já tenho dificuldades em entender o seguinte.
Se cinco dos seis partidos com representação parlamentar dizem não ter dúvidas sobre a lei porque é que deverão fazer algo e onde é que está a querela artificial?

Mas outro cenário poderá ser equacionado.
Estará Pedro Duarte a dizer que os deputados são responsáveis pela elaboração duma má lei e que agora têm a obrigação, moral, quiçá, de a corrigir?
Neste caso, se, no passado, os deputados foram incompetentes porque é que agora já não o são?
Será por o PSD, juntamente com o seu parceiro de coligação, ter a possibilidade de alterar a lei de modo a servir os seus interesses, uma vez que são maioria no Parlamento?
E, por fim, que impacto terá na coligação de governo um pedido de alteração destes?

Tenho dúvidas que se trate de imbecilidade ou incompetência.
Porém, quanto a esquecimento e interesse não há qualquer questão!


Sobre a pluralidade e o Movimento Revolução Branca

MRB

Todos os partidos políticos gostam de apregoar o seu apreço pela cidadania e pela pluralidade. Contudo, quando estas se expressam pelo respeito da lei e contra a perpetuação dos actores políticos, os sorrisos transformam-se em ferozes esgares. No fundo, para os partidos políticos, a cidadania e a pluralidade só são validas em determinados parâmetros.

A cidadania que é exercida pelo Movimento Revolução Branca (MRB) é um desses exemplos.
É a favor duma democracia representativa, logo, dos partidos políticos. Porém, como defende uma maior participação dos cidadãos no processo político ou um sistema de listas abertas à Assembleia da República é considerado como uma ameaça pelos partidos políticos do sistema. Particularmente, pelo PSD e alguns dos seus apoiantes.

E porquê pelo PSD?
Porque o PSD, que devia ser um partido pluralista, não gostou que o MRB tivesse uma leitura diferente da lei 46/2005, de limitação dos mandatos e, mais ainda, que tivesse tido a ousadia de sustentar a sua posição nos tribunais. Provavelmente, o PSD gostaria que o MRB lhe tivesse pedido autorização para o efeito, porque, aparentemente, para o PSD e alguns dos seus apoiantes, os tribunais não devem (podem?) interpretar a lei e muito menos o devem fazer os cidadãos, salvo se a leitura que fizerem for coincidente com a do partido (hum … isto recorda-me alguma coisa?).
E não lhes interessa o facto de as providências cautelares interpostas pelo MRB também visarem uma candidatura do PCP. Não. Como foram movidas 7 acções contra o PSD, teria que haver o mesmo número contra o PCP para os sociais-democratas serem mais moderados. Ora, acontece que tal é impossível porque só o PSD é apresentou tantas candidaturas que “colidem” com a lei e que insiste e persiste na apresentação deste tipo de candidaturas.

Em vez de argumentarem a sua posição, alguns apoiantes do PSD, preferiram outra postura. O ataque e a calúnia.
Até admito que tenham ido ao site do MRB procurar informar-se sobre as razões da sua denominação e imagem, mas como a informação disponível deita por terra os seus argumentos, optaram por denegrir a imagem do MRB, classificando-o como racista e purista, e dos seus dirigentes de contraditórios e incoerentes, por no passado terem apoiado determinadas pessoas.
Uma dessas pessoas foi Narciso Miranda que, em 2009, se (re)candidatou à Câmara Municipal de Matosinhos.

Bastará recordar algumas circunstâncias para perceber que a maledicência é o sustentáculo do argumentário.
O Narciso Miranda não foi Secretário de Estado do XIV governo constitucional (1999-2002)? Será que teve alguma autorização especial para exercer tais funções, mantendo-se como Presidente da Câmara de Matosinhos?
De que data é a lei da limitação de mandatos? Tem aplicação retroactiva até 1977?
A verdade é que a lei 46/2005 não se aplicava neste caso e, ainda que tivesse aplicação, o articulado do diploma permitiria que Narciso Miranda se candidatasse uma vez que já se tinha verificado o período temporal de nojo previsto.

Já quanto às tristes referencias à designação do MRB, que só ilustram a qualidade de quem as faz, fico na dúvida se os seus autores prefeririam uma revolução da cor do sangue?

Voto no PSD desde 1985 e é com pena que vejo este partido a ter mais dinossauros do que o PCP.
Esta realidade só significa que o rácio de renovação dos seus intervenientes políticos é notável.

É certo que este tipo de atitude foi muito praticado no consulado de José Sócrates, o que não é de estranhar nos partidos de esquerda. Mas, pelos vistos, fez escola e hoje em dia, infelizmente, a principal característica da política parece ser esta:
Ou estás comigo ou contra mim!

Já não interessa a pluralidade de ideias e de opiniões.
E a possibilidade de observância da lei também não.

Triste democracia!

P.S. – Igualmente considero lamentável a reacção do PSD às manifestações da sociedade civil e o exemplo dado pela afronta à decisão do Tribunal de Lisboa.