Na base do conhecimento está o erro

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Perspectivas

(não sei quem é o autor desta montagem, mas partilho)


E levo o TGV na bagagem

A Ryanair está a disponibilizar um milhão de bilhetes a 9,99 euros para 1000 destinos europeus.

As reservas devem ser feitas online até às 24:00 da próxima quinta-feira, 25 de Agosto.
Todas as taxas estão incluídas se as pessoas optarem pela utilização do “Cartão Pré-Pago da MasterCard, levando apenas uma mala de mão e abdicando de embarque prioritário.”

Mas eu não me importo de pagar as taxas e levo o TGV na bagagem!

E o Governo? Que fará?


As intervenções do Estado e os seus benefícios

As intervenções do Estado na sociedade são mais do que muitas e devem ser encaradas como naturais. Algumas delas, mediante as evoluções das circunstâncias, são até necessárias. Mas, serão todas benéficas?

A problemática do salário mínimo nacional tem que se lhe diga. É uma temática farta em opiniões e certezas as quais, habitualmente, são mais emocionais e ideológicas do que racionais ou práticas.

Não quero entrar nesse debate. Quero apenas manifestar esta pequena dúvida:

Porque é que as economias mais fortes e desenvolvidas não dispõem deste tipo de instrumento?


(in)coerência

Acredito na iniciativa privada e no mercado, ou seja, acredito no capitalismo.
Mas há coisas que não percebo.

Segundo Fernando Ulrich, o BPI manteve o rácio de lucros e reduziu a dependência do Banco Central Europeu.
No entanto, apesar desta performance, o banco vai reduzir a rede de balcões e diminuir o número de funcionários.

Porquê?


Ricardo Salgado e o FMI

Ricardo Salgado, presidente do BES, manifestou a sua preocupação com uma intervenção do FMI no nosso país (aqui), pois esta, se for feita com a mesma metodologia que foi utilizada na Grécia e na Irlanda, será danosa para a banca portuguesa e consequentemente para Portugal.

Não é que não concorde com as afirmações feitas, mas não consigo deixar de pensar no significado desta frase: “uma diminuição dos depósitos nos bancos portugueses.”


Equidades (?)

 

Faz-se um depósito no banco que se escolhe e recebe-se um juro de 1,5%!

Pede-se um empréstimo nesse mesmo banco e cobram-nos 12%!

Que dizer deste tipo de equidades?

 


Meios e/ou fins?

 

Um dos meios mais solicitados para a recuperação de Portugal é a liberalização do Código do Trabalho, particularmente, no que respeita ao despedimento individual.

O argumento mais ouvido é:
Se, em períodos de crise, os patrões puderem despedir mais facilmente, também, em épocas de crescimento, contratarão mais facilmente.
Isto é uma verdade inquestionável. Na teoria!

Na prática, quando estivermos fora da crise, dificilmente o número de empregos criados será igual ou superior ao número de despedimentos.

Vivemos no tempo dos faraós. Não importa a quantidade de lucro que se consegue. Este jamais será suficiente!

 


Intervenção

(capa jornal i)

 Há demasiados interesses a exigi-lo. Até o nacional!

Vai haver uma intervenção em Portugal.
Mas, de que tipo?


nova temporis

China, exportador de capital.

 

 

Vivemos novos tempos!

 


“Economices”

 

Um turista chega a uma pequena cidade e entra num hotel. Na recepção, entrega duas notas de 100 euros e solicita ver um quarto.

Logo que o turista entra no elevador para ir inspeccionar os quartos, o gerente do hotel sai a correr com as notas na mão e dirige-se à mercearia do lado para pagar uma dívida antiga, cuja quantia era de 200 euros.

Surpreendido pelo inesperado pagamento da dívida, o merceeiro aproveita o dinheiro para pagar a um fornecedor um débito de 200 euros que há muito tinha.

Este, por sua vez, pega igualmente nas duas notas e corre à farmácia para liquidar um calote que aí tinha de, imaginem, 200 euros!

O farmacêutico, assim que se vê com as duas notas na mão, corre disparado para uma casa de alterne vizinha para liquidar uma dívida com uma prostituta. Curiosamente, o montade em falta era de 200 euros.

A prostituta agradecida, pega no dinheiro e dirige-se ao hotel, local onde habitualmente levava os seus clientes mas que ultimamente utilizava a crédito tendo acumulado uma dívida de 200 euros. Chama o gerente e colocando as notas em cima do balcão, diz que está a saldar a conta.

Nesse preciso momento, abre-se o elevador e o turista, dirigindo-se à recepção e manifestando o seu desagrado pelo que viu, pega nas duas notas de 100 euros, agradece e sai do hotel.

Ninguém ganhou ou gastou um cêntimo, porém agora toda a cidade vive sem dívidas com o crédito restaurado e começa a ver o futuro com confiança!

 


Restrições ao comércio?

Num mundo globalizado, caracterizado pela abertura económica, onde todos precisam de todos, se há coisa que não é necessária é o proteccionismo. Medidas como esta não ajudam a economia e só revelam que os responsáveis políticos não aprendem.

E por vivermos num mundo assim, é que tenho sérias dúvidas da perspectiva keynesiana, cujo pressuposto de aplicação é um espaço delimitado.


Avisos à navegação (2)

 

Nova crise financeira irá assolar o mundo (aqui).


Avisos à navegação

À atenção dos candidatos às legislativas 2009:

Devido aos excessos que nos conduziram à crise económica mundial, um pouco de prudência e de contenção verbal com os sinais que se vislumbram não será demais. A retoma poderá ser curta.

E mesmo considerando esta possibilidade, há que não cair na tentação da demagogia e não criar falsas expectativas nem à população, nem aos agentes económicos.


GDA – Geração dos Direitos Adquiridos

A geração dos nossos pais será conhecida como a Geração dos Direitos Adquiridos.

Esta geração defende os seus direitos como se não houvesse amanhã, especialmente tendo em conta as preocupações com o futuro dos seus filhos. Paradoxalmente, e apesar de legítima, esta postura, agravada pelas determinantes do estado social que exige que as pessoas trabalhem mais anos a fim de garantir as suas reformas, é uma das causas para a não renovação do mercado de trabalho.

Será que o mercado terá a capacidade de absorver toda a mão de obra disponível?


Instrumentos da Ditadura

A separação entre esfera privada e pública não é linear nem simples. E, dependendo da perspectiva, ambas servem de sustentação argumentativa a, e em, si mesmo.

São interferências, ou intervenções, como estas que fazem com que a ligação entre a economia e a política não seja inteiramente benéfica.

Na essência, embora paradoxalmente, os accionistas são instrumentos da ditadura pois condicionam o livre funcionamento do mercado, principalmente quando servem de desculpa aos Directores Executivos para a implementação de estratégias empresariais dúbias.

Eis dois exemplos de agentes manipuladores do sistema:

economicos (privados) = accionistas
políticos (públicos) = títulares dos cargos públicos


A Crise

 

O funcionamento dos mercados (em humor)


Mercado, mentalidade e desperdício (II)

Começo por dizer que já tinha esta segunda e última parte do artigo concluída. Como tal, agradecendo as reacções que obtive dos meus leitores, espero que estas linhas sirvam como resposta às dúvidas e pontos de vista colocados.

Fazendo a ponte para a primeira parte desta reflexão e observando as circunstâncias do mercado global, será que a opção chinesa pela quantidade em vez de qualidade está errada? É indiscutível que os agentes económicos procuram estabelecer relações comerciais com a China a vários níveis, chegando ao ponto de deslocar unidades fabris para lá, procurando usufruir dos baixos custos de produção que nesse país, ou região, se verificam. Inevitavelmente, a produção aumentará. Consequentemente, estamos a falar de quantidade.

Ora, este ponto remete-nos para uma das questões previamente postas. Será que é possível qualidade a baixo preço? É partindo desta pergunta que devemos raciocinar sobre a realidade chinesa. É incontroverso afirmar que o nível de desperdícios apurados em cada produção chinesa atinge elevadas percentagens. Infelizmente, o preço acordado já antecipa essa possibilidade (e o risco de cópias de ainda menor qualidade) e, por isso, a China produz quantidade em vez de qualidade.

No entanto, quantos consumidores não adquirem estes produtos de baixa qualidade? Então, provavelmente, a China tem razão, pois quase toda a gente quer produtos chineses. E é precisamente através por este tipo de «modus operandi», que a China tem progredido. Naturalmente, haverá mais motivos para tal (tanto estruturais como conjunturais), mas não restam dúvidas que a actuação das comunidades chinesas, verdadeira 5ª coluna disseminada por todo o mundo, tem contribuído para isso. Ao tomarem conta do comércio – note-se que a sua actividade comercial versa essencialmente sobre bens de primeira necessidade – é de espantar que sejam chineses os produtos mais comercializados? Sejam eles melhores ou piores?

Assim, a China prospera porque produz quantidade. Então, que aconteceria se a China optasse por uma política de qualidade? Será que o mesmo ritmo de crescimento económico seria atingível? Deixo propositadamente estas questões em aberto. Apenas relembro que facilmente são aferidas substanciais diferenças entre os bens de consumo fabricados na China, e, por exemplo, na Coreia do Sul, em Singapura, em Taiwan, no Japão, etc. Particularmente no que se refere à qualidade. E, claro, ao preço. Mas a qualidade e a durabilidade paga-se.

É aconselhável não esquecer que outro dos objectivos visados, nas supra mencionadas relações comerciais estabelecidas entre multinacionais e os agentes económicos chineses, são quotas de venda no apetecível mercado de consumo chinês. Afinal, potencialmente alberga mais de mil milhões de consumidores. Mas qual é a verdadeira dimensão desse mercado? Será que todos os cidadãos chineses têm possibilidade para adquirir tais bens de consumo?

Para adquirirmos uma breve noção da realidade económica da China é importante saber que o desenvolvimento socioeconómico não está equitativamente distribuído pelas diversas províncias, que os preços dos alimentos são fixados pelo governo chinês sendo transaccionados abaixo do valor do mercado e que, apesar dos baixos salários que recebem, os cidadãos chineses conseguem atingir rácios de poupança na ordem dos 40%, i.e., dois quintos do que auferem é depositado no banco.

Recentemente, devido à escassez de bens alimentares e por causa do acesso aos transportes, foi necessária a presença do exército chinês para restabelecer a ordem. Estaremos perante sinais de ruptura do sistema? Serão estes exemplos suficientes para a mudança?

Infelizmente não me parece. Então, será que devemos questionar os conceitos que temos de riqueza e rendimento? Serão ainda adequados aos pressupostos do mercado. Será o conceito do desenvolvimento sustentável aplicável à mentalidade actual? Foi para isto que o concebemos? Afinal, o desperdício e a poluição continuam a ser uma constante.

Mercado! Mentalidade! Desperdício! Qual destes conceitos deverá estar na base do modelo de desenvolvimento a seguir?

7 de Fevereiro de 2008 – O Primeiro de Janeiro


Mercado, mentalidade e desperdício

Mercado! Mentalidade! Desperdício! Que relação está subjacente a estes conceitos?

Desde meados dos anos 50 do século passado que o crescimento do comércio internacional tem vindo a ultrapassar o crescimento da produção. Por outras palavras, e apesar de alguns períodos de estagnação, o aumento do comércio internacional tem sido uma constante. E, uma das alavancas responsáveis por esta subida, é o comércio de produtos industriais.

Não querendo introduzir demasiados pormenores, relembro que o comércio internacional é indicador de internacionalização e interdependência económica, sendo, por tal, associado ao fenómeno da globalização. Naturalmente, em termos empresariais, e não só, a mentalidade incide sobre o mercado global onde o crescimento pode – e deve – ser baseado em cálculos geométricos em vez de aritméticos.

Sustentada em alicerces financeiros e, primordialmente, visando o incremento da riqueza, o todo da sociedade gira em torno do binómio produção-consumo. Assim, concretamente, no que respeita às relações entre países e aos seus agentes económicos, não é difícil perceber que “o Estado que se mantenha à margem das conexões comerciais e das interligações relacionais aumentará o fosso que o separa dos demais”. Por outras palavras, perderá riqueza. Como tal, não tem alternativa senão a participação activa na conjuntura global.

Todo este acréscimo de produção obrigou a maiores consumos energéticos e facilitou a descida dos preços dos bens de consumo, tornando a sua compra mais acessível. Isto, devido a uma mentalidade de consumismo que se foi desenvolvendo.

Infelizmente, reflectindo a falta de preocupação ambiental que o pensamento de então possuía, também originou mais poluição e desperdícios. Para ilustrar esta afirmação, analisemos este exemplo: as impressoras. Hoje em dia, é quase mais barato adquirir uma impressora nova do que comprar os tinteiros para a impressão. Se é verdade que estamos a levar ao extremo o figurino apontado e que o mesmo pode não ser motivo suficiente para a sua substituição, já quando se verifica a necessidade de recorrer à assistência técnica, para reparar ou resolver uma avaria, aí não restam dúvidas. Confrontados com o tempo que vamos perder para levar a impressora ao técnico e que só para verem o problema que a mesma tem já nos vão cobrar algo, facilmente chegamos à conclusão que estes custos aliados ao valor da reparação em si fazem com que efectivamente seja mais barato comprar uma nova. Normalmente, o que é que fazemos à “velha”? Deitamo-la fora. Então, que provocamos quando participamos e/ou executamos este facilitismo? Pura e simplesmente, mais desperdícios.

Não há dúvida que o conceito do desenvolvimento sustentável é recente e que já nos permitiu algumas alterações de mentalidade. Mas, será que é uma noção verdadeiramente interiorizada pelas populações do mundo? Quantos, dos materiais que fazem parte duma impressora, são de fácil reciclagem? E o que é que acontece aos que não é possível reciclar?

“O barato sai caro”. Eis um cliché sobejamente conhecido! No entanto, exigimos qualidade a baixo preço. Será que isso é possível? Países como a China têm aumentado muito a sua capacidade produtiva e conseguem produzir a baixo custo. Estão a registar um crescimento económico sem igual e a dominar o mercado global. Mas a que preço? Supondo que, visando uma redução de custos, uma empresa europeia procura estabelecer uma relação comercial com um eventual fornecedor chinês, que percentagem dos bens por ele produzidos respeitará certificações de qualidade? Nenhum empresário chinês recusa negócios. Mesmo sabendo antecipadamente que o valor combinado não permitirá qualidade. Que riscos estamos dispostos a correr devido à compra de produtos baratos? Ou não existe a possibilidade de alguns destes produtos colocarem em risco a nossa segurança?

Talvez seja a altura de mudar a mentalidade, ou, pelo menos, de a actualizar. Parece-me ser preferível pagar mais por um produto amigo do ambiente com uma maior durabilidade do que estar constantemente a substituir esse bem de consumo e a criar mais desperdício. No entanto, não vejo nenhum rastilho nesse sentido.

Mercado! Mentalidade! Desperdício! Qual destes conceitos faculta mais futuro?

24 de Janeiro de 2008 – O Primeiro de Janeiro