Estadista
Já anteriormente agradeci a Pedro Passos Coelho.
Hoje, a ele e à sua família, desejo felicidades e sucesso!
2017 … em jeito de balanço
(Foto Observador)
Em 2017, Portugal continuou a experimentar a falta de austeridade fiscal da geringonça. António Costa, e os seus apoiantes parlamentares da esquerda, apregoam aos sete ventos que as condições e realidades do país são outras, mas, sem qualquer cuidado estrutural, aumentam as comparticipações sociais como se não houvesse amanhã. Assim, em 2017, arrecadaram-se impostos como nunca até então. Disfarçados, diga-se, porque se devem ao aumento dos impostos indirectos. Ou seja, a geringonça diz que a austeridade é passado, mas a nível fiscal nunca foi presente ou sentida.
Para o Primeiro-Ministro, 2017 foi um ano saboroso. Para os portugueses foi dantesco. A governação digital, que visa exclusivamente as redes sociais, atingiu o seu zénite. Esta, aliada ao aumento de despesas direccionadas para coisas supérfluas, como o emprego partidário no Estado, e a pressupostos integralmente ultrapassados que apenas servem para justificar as decisões de António Costa enquanto ministro de anteriores governos – SIRESP, Kamovs e afins – tem destas coisas. Para além de originar um crescente distanciamento entre governo e governados, entre virtualidade e realidade, provoca discrepâncias entre o timing e a aplicação das decisões. Como tal, Portugal teve a “pior época de incêndios” da sua história. Ignorando avisos desde 2009, e apesar da promessa que fez de “acabar com os incêndios” em 2016, o Primeiro-Ministro viu-se a braços com o ano mais trágico de sempre. Mais de 100 vítimas humanas, sendo que as de outubro poderiam ser sido evitadas se os pressupostos do governo, que demonstraram já estar errados em Junho, não tivessem sido mantidos. Claramente, António Costa não gosta de reconhecer erros. Como tal, manteve Constança Urbano de Sousa como Ministra da Administração Interna até ter sido obrigado a demita-la, manteve Azeredo Lopes como Ministro da Defesa depois de várias trapalhadas, incluindo o episódio do furto e da multiplicação do material de guerra de Tancos e, mais recentemente, manteve a confiança em Vieira da Silva depois do conhecimento do caso “Raríssimas” e de outros “favorecimentos” financeiros que envolvem familiares deste ministro. E, na sequência deste caso, os portugueses interiorizaram que estas situações são habituais. O que nos leva à seguinte ponderação: Durante o Estado Novo havia nepotismo, favorecimento ilícito, corrupção, leis feitas à medida, cartéis, etc. Então, considerando a nossa realidade, devemos viver no Estado Velho!
(Numa breve nota virada para o futuro, parece-me que António Costa está cansado da geringonça e que está a aguardar pela futura liderança do PSD).
Sobre o BE e o PCP pouco à dizer. Os partidos antidemocráticos não são pluralistas e não gostam de mudança. O PCP é imutável e o BE que, ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, continua a ser dirigido por Francisco Louçã estão envolvidos numa disputa sindical que poderá ter consequências muito graves no futuro da Autoeuropa. Para além disso, acresce que ao apoiarem parlamentarmente o governo de António Costa e tendo em mente as propostas (e chantagens) que fazem, BE e PCP passaram a ter responsabilidades pelas decisões governativas.
Os resultados das legislativas de 2015 nunca foram bem aceites pelo PSD. Enquanto oposição, a capacidade de Pedro Passos Coelho e do PSD chegar aos portugueses diminuiu consideravelmente. A comunicação foi francamente má e a gestão dos sociais-democratas nas eleições autárquicas foi desastrosa. Na sequência das mesmas, demonstrando sentido de responsabilidade, Pedro Passos Coelho decidiu não se recandidatar à liderança do PSD. Esta decisão abre caminho a uma possível união interna. Todavia, tendo em mente a postura das duas candidaturas, tal não parece vir a acontecer. Como tal, a fragmentação e divisão interna que se verifica no PSD desde que Manuela Ferreira Leite foi eleita líder do PSD, irá manter-se.
Contrariamente ao PSD, o CDS reagiu melhor aos resultados de 2015, e, sob a liderança de Assunção Cristas o partido transfigurou-se. 2017 foi, para o CDS, um ano espetacular. Para além do excelente resultado que alcançou nas últimas autárquicas, o CDS, juntamente com o PAN, esteve do lado certo ao não votar favoravelmente as alterações que foram feitas à lei do financiamento dos partidos políticos. Habitualmente, os partidos políticos são incapazes de reconhecer uma réstia de mérito nas propostas que são feitas pelos seus adversários. Contudo, não há dúvida que o dinheiro que os partidos recebem dos contribuintes portugueses é milagroso. Uniu o PS, PSD, PCP, Bloco e PEV!
No entanto, nem tudo é mau na política portuguesa. Os cidadãos começam a mobilizar-se e a organizar-se. Rui Moreira constituiu uma associação cívica “Porto, o Nosso Movimento”, visando a intervenção cívica dentro e fora da cidade do Porto. Claramente, este projecto possuiu potencial partidário. Pelo menos, mais do que a outra associação recentemente criada, a “Associação Por uma Democracia de Qualidade”, fundada por António Mocho, Henrique Neto, José António Girão, José Ribeiro e Castro, Luís Alves Monteiro e Luís Mira Amaral.
Por fim, Portugal tem um partido liberal. A Iniciativa Liberal (IL) é o vigésimo segundo e o mais recente partido político português. Como já referi, uma das grandes vantagens que a decorre daqui é que a existência dum partido liberal irá ajudar a clarificar o espectro partidário português. Trata-se, portanto, duma alteração sistémica e do colmatar duma lacuna no espectro político português. Para além disso, a IL é um partido liberal que reconhece o valor do liberalismo social.
Com mais ou menos rostos novos, a acção política promete em 2018!
Obrigado, Pedro Passos Coelho
Votei duas vezes em Pedro Passos Coelho na certeza seria a pessoa certa para conduzir os destinos de Portugal. Tal facto não me impediu de o criticar, frequentemente, neste blogue e não só, por discordância de algumas das suas decisões. Quem me conhece, sabe bem que digo o que penso. Todavia, tive sempre o cuidado de realçar que formulava as minhas críticas com a consciência do meu desconhecimento relativamente a todas as variáveis inerentes às decisões que Passos Coelho tomou. Quanto mais não seja, só pelo facto de ter uma personalidade distinta da de Passos Coelho, em condições análogas, invariavelmente, a minha decisão teria sido diferente.
E, efectivamente, Pedro Passos Coelho cometeu erros. O chumbo do PEC IV é um deles. Outro foi a comunicação. E o maior de todos terá sido ter o comportamento correcto e fazer o que deveria ser feito. Os portugueses, que não se apercebem que há uma distinção, confundem frequentemente sonhos com ilusões, preferindo estas últimas. Adicionalmente, como ter razão é um pecado capital em Portugal, aqueles que a possuem estão para além da redenção. Pedro Passos Coelho não foge à regra.
Contudo, tendo em conta a sua postura, é de admirar que Pedro Passos Coelho nunca tenha granjeado o apoio incondicional do seu próprio partido? Como é que isso seria possível se jamais colocou os interesses do PSD, e dos seus lobistas internos, acima dos interesses de Portugal? Esta atitude nunca lhe foi perdoada e, desde o início que, gradualmente, aqueles que esperavam ter alguma influência em proveito próprio, se foram afastando, votando-o a um sistemático isolamento.
No entanto, Pedro Passos Coelho é um vencedor. Disputou e ganhou duas eleições legislativas, uma delas contra todas as expectativas, depois de ter liderado o país num dos seus mais sombrios e nefastos períodos.
Há, na minha modesta opinião, três momentos em que Passos Coelho mostrou ser um verdadeiro estadista: Primeiro, quando disse não ao Ricardo Salgado. Nenhum antes dele o fez e não acredito que o seu sucessor o fizesse; Segundo, quando aceitou os custos do “irrevogável”, o que não deve ter sido nada fácil; E, terceiro, quando deu cumprimento ao acordo da Troika.
Pedro Passos Coelho decidiu não se recandidatar à liderança do PSD. Pessoalmente, acho que faz muito bem. Revela que aprendeu com os seus erros. E, até nesta decisão, demonstra sentido de responsabilidade. Em vez de fragmentar o partido, numa disputa eventualmente fratricida, dá ao próximo líder a oportunidade de unir o PSD.
Aqueles que fizeram o que fizeram apenas porque Pedro Passos Coelho fez o que fez, vão sentir a falta dele. Esses, que hoje se regozijam, e que dificilmente serão capazes de lhe reconhecer o mérito e o bem que fez ao país, perdem agora a causa de todos os males, o bode expiatório para tudo e todas as asneiras que fazem.
O país, e particularmente o PSD, têm uma enorme dívida de gratidão a Pedro Passos Coelho. Será a história que lhe dará o reconhecimento e a justiça que merece.
Eu apenas expresso o meu agradecimento pelo que fez por Portugal e desejo-lhe, e à família, o maior sucesso possível.
Pedro Passo Coelho, obrigado!
Bloco central em 2019?
Existe, efectivamente, essa possibilidade.
Mas, com Pedro Passos Coelho? Só se for o PSD ganhar as eleições sem possibilidade de atingir uma maioria com o CDS-PP.
António Costa é contorcionista para isso. Assim como também é suficientemente despudorado para chefiar um bloco central com o PSD, liderado por alguém que não o Passos Coelho, desprezando o PCP e o BE.
Adjacente a esta hipótese está a seguinte pergunta. Será que António Costa prefere a geringonça ao Bloco Central? Pode, eventualmente, até preferir. Todavia, António Costa terá a noção de que precisa do PSD para as circunstâncias, nada fáceis, que se avizinham.
E se? (IV) – bancos e a manutenção no poder
Mário Draghi, Presidente do Banco Central Europeu (BCE), acaba de decidir manter os estímulos à economia para lá de 2017.À primeira vista, referindo-se a um dos dados em análise, são boas notícias, pois o BCE está a permitir o continuar do crescimento artificial da economia portuguesa e, por arrasto, da geringonça. Todavia, existem condicionantes no horizonte: o Novo Banco (NB) e a Caixa Geral de Depósitos (CGD). E se é verdade que a CGD não representará dificuldades de maior, o mesmo já não pode ser afirmado sobre o NB. Para todos os efeitos, o NB é (mais) uma espada de Dâmocles que pende sobre o executivo português.
No caso duma nacionalização do NB, o governo de António Costa manterá o apoio parlamentar que o sustenta. Contudo, a reacção dos mercados financeiros não lhe será favorável e a disponibilidade de o BCE para sustentar artificialmente a economia portuguesa, tendo em conta os custos de tal decisão, diminuirá substancialmente. Se, pelo contrário, optar pela venda do NB, António Costa sabe que preserva os apoios financeiros e que perde o suporte dos seus parceiros da coligação parlamentar.
Por outras palavras, o PS precisa duma maioria absoluta ou, pelo menos, de liderar um governo de coligação à direita para decidir sobre o NB. Na hipótese da reedição dum governo central (PS e PSD), poderá tal executivo ser constituído com Pedro Passos Coelho?
Ora, uma decisão sobre o futuro do NB não ocorrerá antes da votação sobre a TSU. Como tal, considerando a urgência e o timing, a decisão sobre esta última afigura-se como o momento ideal de António Costa para a cisão da geringonça e, simultaneamente, para onerar o PSD com as consequências do seu voto no Parlamento.
Porém, se este é o momento para Costa, o mesmo não é verdade para o líder do PSD. Pedro Passos Coelho devia aguardar até ao dia em que fosse votada a decisão sobre o NB. É nessa altura que a geringonça colapsará por si só. É nessa altura que António Costa não tem margem de manobra para condicionar o PSD.
E se? (II) – uma hipótese
Dados
Sondagens praticamente dão ao PS a maioria absoluta;
Só recentemente as sondagens indicaram uma perda de popularidade de António Costa;
A persistência de António Costa na TSU, apesar de saber que não tem o apoio dos seus aliados parlamentares (PCP e BE) para a aprovação;
A promulgação da TSU em tempo recorde pelo Presidente da República;
O aproximar do limite de compra da dívida portuguesa por parte do Banco Central Europeu;
Cenário
A persistência de António Costa na TSU pode ter como objectivo primário a realização de eleições legislativas antecipadas. Assim que a TSU for chumbada no parlamento, pelo PSD, PCP e BE, António Costa pode apresentar a sua demissão alegando falta de condições para prosseguir o caminho que entende ser o melhor.
Porquê agora? Porque, a todos os níveis, a janela de oportunidade está a fechar-se.
Primeiro, externamente, o aumento dos juros que a dívida portuguesa tem vindo a registar resulta directamente da diminuição gradual das compras que o BCE tem vindo a efectuar. Os mercados já perceberam que quando o BCE atingir o limite legal da compra da dívida portuguesa (33,3%), Portugal voltará a estar numa posição muito fragilizada, de incapacidade de pagamento das suas dívidas e de financiamento. Quando tal circunstância ocorrer, Portugal necessitará duma estabilidade política que só um governo sustentado numa maioria absoluta pode oferecer.
No plano interno existem vários factores. Primeiro, António Costa vê-se livre das amarras da esquerda radical. Segundo, António Costa consegue que o PSD seja o responsável por esta crise política, mesmo que artificial. Para todos os efeitos, chumbando a TSU, o PSD está a atingir o seu eleitorado tipo. Terceiro, António Costa aproveita o momentum socialista nas sondagens. Quarto, no que respeita às sondagens que apontam a primeira perda da sua popularidade, não existirá melhor altura para as reverter. Quinto, idealmente as eleições legislativas antecipadas só podem ocorrer até junho de 2017. Contudo, para o PS e António Costa, quanto mais cedo melhor.
Na verificação destas, e não obtendo o PS a maioria absoluta, um apoio governativo ou parlamentar com o CDS (ou eventualmente com o PSD liderado por outra pessoa) agradará muito mais ao Presidente da República.
Por sua vez, Marcelo Rebelo de Sousa, que está consciente que os tempos que se aproximam vão ser tenebrosos, vê-se livre de Passos Coelho no PSD e da esquerda radical.
“Caça ao Coelho”
“Nunca o diabo esteve tão próximo. Na verdade, o grande defeito de Passos Coelho é, ao mesmo tempo, simples e difícil de superar: ninguém quer que ele tenha razão.”
Artigo de opinião de Luís Aguiar-Conraria (aqui)
Habemus … habemus!
Depois do irrevogável, tudo é possível.
Não sei que tipo de acordo foi conseguido. Sei que habemus … habemus.
Portas diz que o “acordo é bom para Portugal e para a coligação”.
Mas pouco revela ao Conselho Nacional do CDS.
Jorge Moreira da Silva afirma que o “entendimento reforça a coesão e estabilidade”.
Cavaco é o mais previsível. Sempre preferiu a estabilidade e é isso que vai exigir ou que exigiu.
A tensão e a instabilidade, interna e externa, aumentaram. Isso é incontornável.
Assim, o que temos são aparências, meras aparências.
Excepto a descredibilidade. Essa é bem real!
(oxalá esteja enganado).
Moção de confiança?
Goste-se ou não, politicamente, Pedro Passos Coelho esteve muito bem.
Se o Portas quer deitar abaixo o governo tem que o fazer. Não basta abandonar.
Como não existe a possibilidade de apresentação duma moção de censura nesta legislatura, jogada magistral seria o PPC apresentar uma moção de confiança no Parlamento.
Com a distribuição de deputados vigente, só com o voto contra do CDS é que o Governo cai.
Que me dizem deste cenário hipotético?
E, já agora, porque não uma moção de confiança ao governo logo após o reatar da coligação?
Querelas?
Quem não gostava nada de ser contrariado
e apenas sabia ser autoritário,
Será falta de vergonha?
O pior inimigo do PSD
O objecto deste post não é qualquer tentativa de atenuar a incompetência e arrogância que caracteriza a grande maioria dos dirigentes do PSD e, consequentemente, do Governo, principalmente no que respeita à relação e comunicação com a população, mas sim salientar o que me parece ser a sua natureza.
Não está sustentado em qualquer prova palpável e apenas resulta das minhas observações ao universo das diversas particularidades que constituem o PSD.
Naturalmente, é-me impossível ver e saber tudo. Logo, a minha opinião sobre este assunto pode ser considerada mais do que subjectiva.
O pior inimigo do PSD é o PSD.
É um partido incapaz de se unir em torno dum líder.
Seja ele quem for, tem, e terá sempre, alguém a trabalhar para o seu derrube nos bastidores. Basta recordar o seu passado recente.
Quando Manuela Ferreira Leite ganhou a liderança do partido a Pedro Passos Coelho, este e nenhum dos seus apoiantes foram incluídos nas listas do partido às legislativas. E o que foi que se passou quando Pedro Passos Coelho se tornou líder do PSD?
Repito: O pior inimigo do PSD é o PSD.
No seu seio reina a mesquinhez, a intriga, o rancor e a vingança, prevalecendo o interesse pessoal dos seus intervenientes face ao interesse do partido e, consequentemente, do seu eleitorado.
Creio que só quando esta circunstância desaparecer o PSD será capaz de se relacionar melhor com a população e com o poder.
Por fim, na minha opinião, as duas grandes influências, antagónicas, que dominam ou procuram dominar o partido, são Ângelo Correia e Pacheco Pereira. Dentro destes dois, Pacheco Pereira, tendo em conta a sua personalidade e postura, vai ser aquele que mais mal vai fazer ao PSD.
Declaração de interesses: Conheço excelentes pessoas no PSD e tenho o prazer de ser amigo de dois dos seus deputados.
Leituras indispensáveis (10)
Até já – por Pedro Santos Guerreiro
Já nem a Troika nos vai salvar
Não tenho palavras para dois dos acontecimentos dos últimos dias.
O Secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, que fez passar o Primeiro-Ministro por mentiroso permanece em funções.
O Secretário de Estado da Energia, que quis defender os interesses dos portugueses e cumprir o acordo da Troika, demitiu-se.
O Governo de Pedro Passos Coelho começa a ser uma desilusão!
Alternativa
Há alternativa ao PSD (Passos Coelho) e ao PS (José Sócrates)?
Na minha opinião, há.
Paulo Portas!
A realidade é mais estranha do que a ficção
Já tinha colocado a hipótese de o PSD apresentar surpresas nas listas de deputados às legislativas de 5 de Junho de 2011.
Ao contrário do que alguns amigos me diziam, mantive as minhas dúvidas quanto à possibilidade de Fernando Nobre ser candidato à Assembleia da República.
Mas hoje, o próprio confirmou ter aceite o convite para ser o cabeça de lista do PSD, pelo circulo de Lisboa.
Como alguém me disse: “A realidade é mais estranha do que a ficção.”
O PSD vai fazer umas surpresas
Estou em Riga de partida para regressar a Portugal!
Acabaram de me confirmar o que já me haviam dito: que o Pedro Passos Coelho dá ouvidos ao Artur Pereira (Director Nacional de Campanha de FN).
Não sei se é verdade, mas não estranharei se for. Está, naturalmente, no seu direito.
Só direi o seguinte:
a possibilidade de o PSD ter um candidato surpresa nas suas listas de deputados é grande.
Pessoalmente, não acredito que tal aconteça. Mas, em política, tudo deve ser considerado.
Euforia ???
Pelos vistos, não são apenas os especuladores financeiros (nacionais e internacionais) que andam eufóricos. Os políticos portugueses também andam.
Há vários dias que se fala no assunto. A eventual saída do Primeiro-Ministro português.
O CDS-PP afirmou estar disponível para integar um governo de coligação, mas sem José Sócrates (aqui).
Pacheco Pereira defende o “afastamento voluntário” do Primeiro-Ministro como condição fundamental para a recuperação de Portugal (aqui).
Até o PS parece estar em polvorosa.
Luís Amado expressa a necessidade dum governo de coligação que traga estabilidade, coloca o seu lugar à disposição para esse efeito e adianta que a alternativa de Portugal é a saída do euro (aqui). Naturalmente, esta frase correu o mundo e teve os seus efeitos nos juros da dívida portuguesa (aqui). Os soaristas andam em movimentações visando a substituição do Primeiro-Ministro por causa da sua descredibilização (aqui).
António Costa apoia a Francisco Assis como sucessor de José Sócrates (aqui).
Acordem!
Deixem de se preocupar com os idos de Março e pensem no que devem fazer para resolver os problemas de hoje.
Posso estar enganado, mas creio que José Sócrates só deixará de ser Primeiro-Ministro se perder eleições ou se o Presidente da República dissolver a Assembleia.
Se, até hoje, ainda não percebeu que é, efectivamente, a raiz do problema, irá admiti-lo agora?
O(s) erro(s) do PSD
Não é preciso ser doutorado em psicologia para se fazer o perfil psicológico do Primeiro-Ministro de Portugal. Basta observá-lo!
É nitidamente narcisista e egocêntrico, pelo que não é de estranhar que se considere omnifulgente. Para além disso, pondo em pratica a metodologia que o PS dizia ser o modus operandi de Alberto João Jardim e que tantos anos criticou, julga-se omnisciente e omnipresente.
Infelizmente para nós, portugueses, tais “qualidades” fazem com que viva desfasado da realidade.
Quais foram os erros do PSD?
Vários que, na minha opinião, se resumem a uma coisa muito simples. Mas já lá vamos.
Todos, exceptuando o PS, sabemos que o país está há anos economica e financeiramente mal.
Muito naturalmente, devia ter logo dito que se iria abster na votação parlamentar do orçamento, fazendo com que toda a responsabilidade fosse única e exclusivamente de José Sócrates e do PS.
Não o fez, preferindo sentar-se à mesa das negociações. Ora, esta atitude configura duas asneiras: primeiro, ao negociar a proposta de OE do PS estava a transferir para si parte da responsabilidade, pelo que uma abstenção do PSD na votação no Parlamento seria incompreensível; segundo, e não menos importante, partiu do princípio que o Governo estaria de boa-fé nas negociações e disponível para cedências.
Sim, o PSD tem razão na insistência pela redução da despesa. Contar apenas com a receita já há muito que não é suficiente.
Se há linha condutora que é possivel identificar em todos os Governos pós-25 de Abril de 1974 é o contínuo crescimento da despesa. Neste capítulo, os governos de José Sócrates são exemplares, tendo conseguido fazer do descontrole uma arte e da ilusão um valor acrescentado.
O principal problema do PSD foi a falta de senso comum.
Esqueceu-se de ver as suas costas nas costas dos outros. O PS também quer legislativas antecipadas.
Como o Portugal de hoje já não tem as possibilidades de 1851 nem o Ministro Teixeira dos Santos é um Fontes Pereira de Melo, talvez seja realmente melhor que o FMI venha visitar o nosso país.
Só assim haverá os cortes na despesa que efectivamente devem ser implementados.
Talvez assim aqueles que acumulam reformas – que existem em todas as cores partidárias – deixem de as receber.
Finalmente, não considero que a ruptura das negociações seja um erro. José Sócrates tem que aprender a respeitar a vontade que o povo expressa nos sufrágios.
Não há ninguém?
É de admirar?
Não há ninguém que diga ao Pedro Passos Coelho o que ele precisa de ouvir em vez do que quer ouvir?
Não há ninguém que tenha noção de timming?
Que raio de estrategas tem o PSD?
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