Calma! É só discriminação ideológica…
Foto: EPA/RUI MINDERICO (JN)
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Enquanto uma mulher se (re)afirmava como líder partidária, Jerónimo de Sousa, homem, e igualmente líder partidário, participou na luta das mulheres contra as desigualdades e discriminações.
Instado a comentar o discurso de Assunção Cristas, o líder comunista, certamente influenciado pelo ambiente que o rodeava expressou, com um sorriso na cara, “que mulheres mais importantes estão aqui [na manifestação] (…) e não no congresso do CDS”.
Eu não sabia que a igualdade era selectiva. Sempre pensei que a distinção implicava desigualdade. Pelos vistos, segundo a perspectiva comunista, estava errado.
Naturalmente, Jerónimo de Sousa não é misógino. De todo! Nem discrimina todas as mulheres. Só algumas. Por causa da ideologia!
2017 … em jeito de balanço
(Foto Observador)
Em 2017, Portugal continuou a experimentar a falta de austeridade fiscal da geringonça. António Costa, e os seus apoiantes parlamentares da esquerda, apregoam aos sete ventos que as condições e realidades do país são outras, mas, sem qualquer cuidado estrutural, aumentam as comparticipações sociais como se não houvesse amanhã. Assim, em 2017, arrecadaram-se impostos como nunca até então. Disfarçados, diga-se, porque se devem ao aumento dos impostos indirectos. Ou seja, a geringonça diz que a austeridade é passado, mas a nível fiscal nunca foi presente ou sentida.
Para o Primeiro-Ministro, 2017 foi um ano saboroso. Para os portugueses foi dantesco. A governação digital, que visa exclusivamente as redes sociais, atingiu o seu zénite. Esta, aliada ao aumento de despesas direccionadas para coisas supérfluas, como o emprego partidário no Estado, e a pressupostos integralmente ultrapassados que apenas servem para justificar as decisões de António Costa enquanto ministro de anteriores governos – SIRESP, Kamovs e afins – tem destas coisas. Para além de originar um crescente distanciamento entre governo e governados, entre virtualidade e realidade, provoca discrepâncias entre o timing e a aplicação das decisões. Como tal, Portugal teve a “pior época de incêndios” da sua história. Ignorando avisos desde 2009, e apesar da promessa que fez de “acabar com os incêndios” em 2016, o Primeiro-Ministro viu-se a braços com o ano mais trágico de sempre. Mais de 100 vítimas humanas, sendo que as de outubro poderiam ser sido evitadas se os pressupostos do governo, que demonstraram já estar errados em Junho, não tivessem sido mantidos. Claramente, António Costa não gosta de reconhecer erros. Como tal, manteve Constança Urbano de Sousa como Ministra da Administração Interna até ter sido obrigado a demita-la, manteve Azeredo Lopes como Ministro da Defesa depois de várias trapalhadas, incluindo o episódio do furto e da multiplicação do material de guerra de Tancos e, mais recentemente, manteve a confiança em Vieira da Silva depois do conhecimento do caso “Raríssimas” e de outros “favorecimentos” financeiros que envolvem familiares deste ministro. E, na sequência deste caso, os portugueses interiorizaram que estas situações são habituais. O que nos leva à seguinte ponderação: Durante o Estado Novo havia nepotismo, favorecimento ilícito, corrupção, leis feitas à medida, cartéis, etc. Então, considerando a nossa realidade, devemos viver no Estado Velho!
(Numa breve nota virada para o futuro, parece-me que António Costa está cansado da geringonça e que está a aguardar pela futura liderança do PSD).
Sobre o BE e o PCP pouco à dizer. Os partidos antidemocráticos não são pluralistas e não gostam de mudança. O PCP é imutável e o BE que, ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, continua a ser dirigido por Francisco Louçã estão envolvidos numa disputa sindical que poderá ter consequências muito graves no futuro da Autoeuropa. Para além disso, acresce que ao apoiarem parlamentarmente o governo de António Costa e tendo em mente as propostas (e chantagens) que fazem, BE e PCP passaram a ter responsabilidades pelas decisões governativas.
Os resultados das legislativas de 2015 nunca foram bem aceites pelo PSD. Enquanto oposição, a capacidade de Pedro Passos Coelho e do PSD chegar aos portugueses diminuiu consideravelmente. A comunicação foi francamente má e a gestão dos sociais-democratas nas eleições autárquicas foi desastrosa. Na sequência das mesmas, demonstrando sentido de responsabilidade, Pedro Passos Coelho decidiu não se recandidatar à liderança do PSD. Esta decisão abre caminho a uma possível união interna. Todavia, tendo em mente a postura das duas candidaturas, tal não parece vir a acontecer. Como tal, a fragmentação e divisão interna que se verifica no PSD desde que Manuela Ferreira Leite foi eleita líder do PSD, irá manter-se.
Contrariamente ao PSD, o CDS reagiu melhor aos resultados de 2015, e, sob a liderança de Assunção Cristas o partido transfigurou-se. 2017 foi, para o CDS, um ano espetacular. Para além do excelente resultado que alcançou nas últimas autárquicas, o CDS, juntamente com o PAN, esteve do lado certo ao não votar favoravelmente as alterações que foram feitas à lei do financiamento dos partidos políticos. Habitualmente, os partidos políticos são incapazes de reconhecer uma réstia de mérito nas propostas que são feitas pelos seus adversários. Contudo, não há dúvida que o dinheiro que os partidos recebem dos contribuintes portugueses é milagroso. Uniu o PS, PSD, PCP, Bloco e PEV!
No entanto, nem tudo é mau na política portuguesa. Os cidadãos começam a mobilizar-se e a organizar-se. Rui Moreira constituiu uma associação cívica “Porto, o Nosso Movimento”, visando a intervenção cívica dentro e fora da cidade do Porto. Claramente, este projecto possuiu potencial partidário. Pelo menos, mais do que a outra associação recentemente criada, a “Associação Por uma Democracia de Qualidade”, fundada por António Mocho, Henrique Neto, José António Girão, José Ribeiro e Castro, Luís Alves Monteiro e Luís Mira Amaral.
Por fim, Portugal tem um partido liberal. A Iniciativa Liberal (IL) é o vigésimo segundo e o mais recente partido político português. Como já referi, uma das grandes vantagens que a decorre daqui é que a existência dum partido liberal irá ajudar a clarificar o espectro partidário português. Trata-se, portanto, duma alteração sistémica e do colmatar duma lacuna no espectro político português. Para além disso, a IL é um partido liberal que reconhece o valor do liberalismo social.
Com mais ou menos rostos novos, a acção política promete em 2018!
Fiscalização preventiva
Tanto o BE como o PCP (e PEV) votaram favoravelmente as alterações à lei do financiamento dos partidos políticos. Contudo, após a indignação social que a aprovação da lei provocou, tanto Catarina Martins como Jerónimo de Sousa já afirmaram que não só a lei do financiamento dos partidos é absurda como também pode ser melhorada.
Um quinto dos deputados podem pedir a fiscalização preventiva da lei. Sozinhos, os dois partidos que votaram contra a lei, CDS e PAN, não atingem esse critério. São necessários mais 27 deputados para o efeito.
Se, realmente, o BE e o PCP, não gostam da lei que ajudaram a aprovar, se, efectivamente, consideram que a mesma é absurda e que pode ser melhorada, então só tem que se juntar ao CDS e PAN para pedir a fiscalização preventiva e, eventualmente, fazer com que a lei deixe de ser uma aberração.
Será que o fazem? Ou será que é apenas fogo de vista?
Neoausteridade
Três mil setecentos e cinquenta e um milhões de euros!
Em 2016, esta foi a receita de impostos com a gestão «geringôncia».
Como será em 2017?
E não. Não é austeridade. É Neoausteridade!
Agravar o IRC para baixar o IRS!!!
Entre várias medidas que Catarina Martins e Jerónimo de Sousa estão a negociar para a viabilização do próximo orçamento de estado, está o agravamento do IRC, às empresas com maiores lucros, como contrapartida do aliviar do IRS.
Alguém, de bom senso, está surpreendido com esta escolha?
O que é paradoxal, é que o agravamento do IRC pode implicar despedimentos. Todavia, nem o PCP, nem o BE, se preocupam com os desempregados. Só com os trabalhadores. E nem estes podem ficar sossegados.
P.S. – Espero que estejam a fazer contas ao aumento de encargos sociais que poderão emergir desta medida. Infelizmente, creio que estarei a esperar demasiado.
E agora, geringonça?
Posso imaginar a que velocidade deve estar a rodar a mente de algumas pessoas. Este valor acaba de desmistificar o que os Louçãs, Pais Mamedes, Martins, Mortáguas, Sousas e afins apregoavam há éons!
Crescimento com e apesar da dívida. E esta, hein?
É um saldo, senhores. É um saldo!
O Novo Banco está à vista e os portugueses ou, pelo menos, alguns já se aperceberam do que se avizinha no horizonte.
PCP e BE são contra a venda. Como vivem num mundo ideal, cada vez mais distante da realidade, preferem uma nacionalização. Para este canto da geringonça, as debilidades estruturais – permanentes, diga-se – do Estado português são uma invenção dos mercados. Pura e simplesmente não existem. São uma ilusão! Já se esqueceram da CGD, cujos problemas ainda não foram resolvidos e com os quais vamos conviver por um tempo, e não tendo aprendido nada com a mesma defendem o mesmo procedimento para o Novo Banco. E como cereja no cimo do bolo, ainda advogam a saída do euro!?!?
Por sua vez, não tendo alternativa, o governo de António Costa anda a negociar a venda do Novo Banco. Mas, poderá esta operação ser classificada como uma venda? Não será antes um saldo? Ora vejamos. Segundo o governo, não se trata duma nacionalização, mas duma venda. Contudo, manter 25% do Novo Banco, sem direito a voto, é quase um cheque em branco. É fazer precisamente o oposto do que se afirmou não ir fazer: prestar uma garantia. Logo, pode não ser uma nacionalização. Porém, também não é uma venda. É um saldo!
Por outras palavras, António Costa e correligionários vão fazer precisamente o que acusaram os seus predecessores de terem feito, e que tanto criticaram.
O que é que sobra para os portugueses?
Algumas certezas e garantias. Primeiro, a certeza que nenhum banco irá suportar os encargos impostos ao fundo de resolução. Assim que os mesmos forem imputados, os bancos irão transferi-los aos seus clientes; Segundo, a garantia que, não sendo recuperada a totalidade da verba inicialmente alocada ao BES, a diferença irá ser paga pelos contribuintes. E, terceiro, a certeza que a má gestão pública (Governo e Banco de Portugal), aliada, neste caso, à má gestão privada (Ricardo Salgado), irá continuar.
Nota final:
António Costa faz tudo o que pode para se manter no poder. É, desde o início, refém da geringonça que ajudou a criar. E assim vai continuar. Os portugueses não são a sua preocupação. Os comunistas, que afirmam apoiar a venda mas que realmente não a desejam, tendo provado o poder começam a vender-se para o preservar. E o BE, apesar de já se ter apercebido que nunca será poder por uma via revolucionária, ainda não desistiu da mesma. Todavia, segue uma estratégia dupla através do seu Processo Ditatorial em Curso (PDEC).
Ingratidão!
A Catarina Martins, o Francisco Louçã, o Daniel Oliveira e o Jerónimo de Sousa, entre outros, são mesmo ingratos. Se estão onde estão hoje, é principalmente devido aos recursos financeiros de terceiros.
A Europa foi o caviar que alimentou a esquerda portuguesa!
Descubra as diferenças
Agora imagine como seria se a Catarina Martins, as irmãs Mortágua, o Jerónimo de Sousa e afins gostassem dos mercados.
É só mais um exemplo no longo registo de momentos de falta de vergonha que caracterizam a geringonça!
Desavergonhados
Em 2008 um terramoto financeiro abalava o Mundo: o intocável e respeitado coordenador-chefe da NASDAQ Bernie Madoff, era acusado de mega fraude num esquema Ponzie. De ascendência judia, este talentoso corretor, percebendo a volatilidade dos mercados bolsistas, idealizou um esquema onde só haveriam ganhos sem riscos, prometendo 10% de retorno a quem investisse num Fundo […]
Cêntimos. São só de cêntimos!
A austeridade acabou. Mas a geringonça persiste nos aumentos de impostos. E fica estupefacta parente as reacções dos portugueses.
Cêntimos. Os nossos aumentos de impostos são só de cêntimos! – argumentam.
Qual é o milhão que não é feito de cêntimos? – pergunto.
Da estupidez da esquerda
Segundo o governo de António Costa e dos seus correligionários parlamentares, BE e PCP, o nosso país não precisa de dinheiro. Os bancos portugueses acabaram de perder 3.400 milhões de euros. Tudo graças à gestão da esquerda portuguesa. As Martins e Mortáguas, os Sousas e os Costas então de parabéns!
Isto não é demagogia. É pura estupidez!
Jerónimo dos milagres e os bons impostos
Para o líder do partido comunista português (PCP) existe uma diferença fundamental entre as medidas tributárias decididas pela direita e pela esquerda. Os impostos determinados por esta são bons enquanto os da direita são maus.
Vergonhosamente, Jerónimo de Sousa diz que o Orçamento de Estado (OE) não é do PCP, mas sim do partido socialista. Todavia, tem estado a negociar o mesmo. Não tarda muito, virá reclamar que as “boas” medidas incluídas no OE devem-se à acção do PCP.
A verdade é que os comunistas preparam-se para aprovar impostos. Contudo, tal não é motivo para crítica porque estes impostos são benéficos.
Não é o cidadão português quem vai pagar o aumento de taxas cobradas aos bancos. São os clientes destes. Não é o cidadão português quem vai pagar o aumento dos combustíveis. São os clientes das distribuidoras de combustíveis. Resumindo, os portugueses vão pagar mais. Cortesia do PS, PCP e BE.
Para além disso, à semelhança dos seus parceiros de coligação parlamentar, Jerónimo de Sousa já é um milagreiro.
Afirmou, na Maia, que correram “com o Governo PSD/CDS-PP e, se eles cá estivessem, nada deste pouco e limitado avanço que tem sido concretizado nas negociações com o Governo do PS, nada disso teria sido alcançado. Antes pelo contrário, teríamos o PSD/CDS-PP a continuar a impor uma política de exploração e empobrecimento”.
Também graças ao empenho comunista, no período de dias, Portugal reduziu significativamente o número de pobres. E o líder comunista vivencia um paradoxo, pois como aufere o salário de deputado é um homem rico!
Sociedade comunista
“Toda a sociedade se tornará um único escritório e uma única fábrica, com trabalho igual e salário igual” – V. I. Lenine.
“Num país em que o Estado é o único empregador, oposição significar morrer lentamente de fome. O velho princípio «quem não trabalha, não come» foi substituído por um novo: «quem não obedece, não comerá»”. L Trotsky
Estas duas frases identificam o PCP e o BE.
O que é que os distingue?
E o que é que os une?
O PCP e o acordo da esquerda
Estrategicamente é natural que o PCP esteja disponível para esta iniciativa. Jerónimo tem que conter os efeitos, tanto endógenos como exógenos, do mau resultado eleitoral. Como tal, tem que estar à frente do BE. Até porque os bloquistas são o seu principal adversário e objectivo. Este acordo serve como uma luva para os interesses comunistas.
Paradoxalmente, não deixa de estar a dar mais importância ao resultado do BE do que devia. O resultado eleitoral do BE é menos consolidado do que o dos comunistas.
Por fim, tendo em conta que o PCP ficou atrás do BE, em votos e deputados, o histórico da convivência e relação entre estes dois partidos, não creio que seja possível chegar a um entendimento num único Acordo.
No meu entendimento, o cenário mais provável é a elaboração de dois acordos: PCP + PS e BE + PS.
Portugal à Esquerda (PàE) Alguém votou?
Segundo os partidos da esquerda, a maioria dos portugueses votaram na “ficção” Portugal à Esquerda (PàE),
a qual deve ser convidada a formar governo.
Alguém me diz como votou a PàE e onde se encontrava no boletim de voto?
Nunca vi tanto mau perder como nestas eleições.
Fazem parte do problema. Não querem redução de deputados.
António José Seguro anunciou que o PS apresentará até ao final do ano uma proposta para a redução do número de deputados da Assembleia da República.
Embora seja louvável – resta saber qual é a redução – não se deixa de vislumbrar populismo nesta medida o que nos leva a questionar o nível de convicção intrínseco à mesma.
Relativamente à problemática do sistema semi-presidencialista, sobre o qual o líder do PS nada disse, e que é o nosso principal problema de âmbito político, reservo os meus comentários.
Naturalmente, as reacções não se fizeram esperar.
E as mais intensas foram as do PCP e BE, tendo sido, diga-se, vergonhosamente exemplares.
Jerómino de Sousa diz que o PS quer alterar o princípio da proporcionalidade.
No que respeita a estes dois partidos, se existe coisa que não lhes interessa é a redução de deputados.
E não aceitam que o problema é o exagerado número de deputados e a escassa proporcionalidade entre o litoral e interior que resulta da distribuição plasmada na actual lei eleitoral.
É fácil usar o argumento “arco da governabilidade” e escudar-se em nunca terem estado no governo, mas PCP e BE não querem reformar o Estado ou tampouco diminuir a despesa.
Nem podem querer, caso contrário estão a renegar tudo aquilo em que acreditam.
Esta é a verdade:
PCP e BE jamais serão solução. Fazem parte do problema!
Avisos à navegação
À atenção dos candidatos às legislativas 2009:
Devido aos excessos que nos conduziram à crise económica mundial, um pouco de prudência e de contenção verbal com os sinais que se vislumbram não será demais. A retoma poderá ser curta.
E mesmo considerando esta possibilidade, há que não cair na tentação da demagogia e não criar falsas expectativas nem à população, nem aos agentes económicos.
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