Rui Rio e os lucros
Rui Rio é um verdadeiro social-democrata e, como tal, apesar do desgosto que causou a algumas pessoas, não teve qualquer problema em dizer que o PSD era um partido de esquerda. E tem razão. A social-democracia é uma variação directa do marxismo.
Rio já manifestou a sua preferência pelo pensamento de Eduard Bernstein. Feroz crítico do materialismo histórico e das teses dialécticas, colocou em causa as ditas “leis” da inevitabilidade da concentração capitalista e do empobrecimento crescente do proletariado. Não se opôs à iniciativa privada.
Quando o líder do PSD afirma que se “a banca apresentar em 2020 e 2021 lucros avultados, esses lucros serão uma vergonha e uma ingratidão para com o povo português”, está a ir muito para além da dimensão social-democrata.
Não acredito que Rui Rio desconheça qual é o objectivo duma sociedade comercial?
E se o deputado Rui Rio acredita no que afirma, então porque não dá o exemplo, não só pela redução do seu vencimento, como também das subvenções partidárias, no período que aponta?
A falta de vergonha bloquista continua.
É claro que não se estava a considerar parte nessa concentração. Louçã faz parte do conselho consultivo do Banco de Portugal. Todavia, como já não é deputado nem líder partidário, deve pensar que já não distorce nem concentra nada. Como se fosse possível, e a Francisco Louçã não é possível, deixar de fazer política apenas porque já não se dirige um partido. A exclusividade de Francisco Louçã agora é outra. No entanto, deve notar-se que esta exclusividade não só não é praticada ou cumprida como também não é impedimento para a acção política.
Não é que não exista uma ligação entre a política e a economia em Portugal. Contudo, as criticas de Louçã são incoerentes. Porquê? Porque Francisco Louçã também é um exemplo da máquina “muito bem oleada” de concentração de poder que rege Portugal. E, em boa verdade, Louçã não tem problemas com a concentração de poderes. Não. O que o aborrece é que sejam outros, e não ele, a concentrar o poder.
Ameaças vãs e chantagens baratas
Já o tinha afirmado e volto a fazê-lo. Quem manda no BE é o grande líder na penumbra, Francisco Louçã. Tudo o que a Martins e as Mortágua fazem, é seguir, religiosamente, o guião louçaniano.
Há poucos dias, Louçã anunciou o colapso. Claro que este apregoar não passava duma chantagem barata. Não é que a possibilidade não exista e que o BE não tenha contribuído para a mesma, contudo, o objectivo imediato relacionava-se com as negociações para o OE2018. E, à semelhança do que é habitual, Louçã deu o mote e a Martins alimentou-o.
A previsão de Louçã falhou e o tempo é de paz(es). Pelo menos, até à próxima ameaça ou chantagem …
Todavia, o futuro continua a acontecer.
“Fatalidades” linguísticas
Eu acho que é o destino. Não me refiro ao dos turistas. É mesmo o destino dos portugueses. Alguns, dirão fado. Outros, sina. (Abraham Lincoln diria “a última e a mais completa medida de devoção”). Independentemente da preferência, Portugal merecia melhor.
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