Descaramento
António Costa afirmou que “(…) há pessoas que tem mau perder”.
Pois há! São as mesmas pessoas que correram com aqueles que ganharam eleições para o PS.
Tragicomédia?
Não encontro palavras para classificar o espetáculo que os candidatos socialistas a putativo Primeiro-Ministro de Portugal estão a propiciar, na televisão, aos portugueses.
É evidente que será impossível suprir algumas circunstâncias emocionais. Mas as mesmas devem ou deveriam ser geridas. Contudo, o objetivo desta pequena reflexão é expressar algumas diferenças entre os dois Antónios.
As condicionantes do poder parecem implicar determinados episódios de comportamento criticável. E estes são recorrentemente observáveis nos partidos com vocação, ou melhor, com necessidade de exercer o poder. Saliente-se que quem tem comportamentos são as pessoas e não as entidades. Na minha opinião, a manutenção ou obtenção do poder a todo o custo não é desejável. O líder sacrificável é um desses comportamentos e traduz uma primeira diferença entre Seguro e Costa.
Como nenhum homem governa um país sozinho, devemos ter atenção à equipa que o rodeia e aos apoios que reúne. Usualmente, competência e experiência são critérios a procurar numa equipa. Em ambos os casos, não vejo o mínimo desejável. Porém, os apoios de António Costa assustam-me consideravelmente. Por dois motivos. Primeiro, fazem parte daqueles que arruinaram Portugal, com a agravante de serem incapazes de reconhecer os erros passados pelo que duvido que tenham aprendido alguma coisa (humildade é a qualidade mais escassa na política portuguesa); Segundo, quem é que vai governar o país? Será António Costa, ou este vai ser uma mera marioneta?
Neste ponto, parece-me que Seguro representa um corte com o passado socialista.
É claro que a afirmação de Seguro que se demitiria antes de aumentar impostos é, para não usar outro termo, ingénua. E, por sua vez, o não comprometimento de Costa revela “manhosice”. Independentemente dos motivos de ambos, a verdade é que nenhum dos dois faz a mínima ideia da realidade do país. Nenhum dos dois parece prestar atenção ao que se passa à sua volta, procurando apenas expressar a sua visão da realidade. Para além disso, ninguém que tenha responsabilidades governativas poderá fugir aos factos das condicionantes económicas portuguesas. Incluindo os Antónios.
Qual dos dois estará melhor preparado para ser Primeiro-Ministro não me parece ser a questão principal. Quantas vezes esse não foi o argumento ou pensamento utilizado para fundamentar a escolha? E quantas vezes as expectativas não foram defraudadas? Se, porventura, a preparação do candidato for importante, o percurso de António Costa, pelos cargos desempenhados, parece ser mais imponente. Resta saber que resultados obteve e se, como principal responsável pelo governo da Câmara Municipal de Lisboa, conseguiu reduzir as despesas e a dívida da autarquia sem aumentar impostos?
Quanto a Seguro, considero particularmente interessantes algumas das suas votações como deputado, notoriamente à revelia do partido. Confesso que fiquei surpreendido com algumas.
Numa palavra final, pela súmula das minhas observações, percepções e impressões – dos debates e não só – direi que António José Seguro me transmite uma maior sensação de honestidade do que António Costa. Se votasse nas primárias do PS, este seria o meu fundamento.
P.S. – Não costumo fazer juízos de valor sobre ninguém mas gosto de criticar e de reflectir sobre os assuntos. É fácil afirmar coisas à distância e sem interesse directo nas questões. Contudo, se não estabelecemos limites para nós próprios quando vivenciarmos circunstâncias idênticas não praticaremos comportamentos distintos.
Insanável é o futuro de Portugal!
!
Se a alternativa são homens como este,
insanável é o futuro de Portugal!
A práxis política portuguesa não evidência qualquer tipo de aprendizagem. Portanto, não é de estranhar que a população, ou grande parte dela, imite este tipo de comportamento:
Nada do que os outros fazem é positivo. Só o que eu faço é que está bem.
Seguro não concorda com nada do que o Governo fez e, como tal, as divergências são inultrapassáveis. Quando, eventualmente, for governo a mesma postura permanecerá a regra.
Portugal não terá futuro enquanto os líderes partidários defenderem e utilizarem processos binários de sim ou não, comigo ou contra mim. Este tipo de prática política não nos permite o presente quanto mais o futuro.
P.S. – Será o insanável irrevogável?
A nova brigada do reumático e os discipulos do passado
Sim, o PS não é da minha safra. Mas Portugal é! E eu quero horizonte para os meus netos.
Que motivos têm Mário Soares, Manuel Alegre e Ferro Rodrigues para virem condicionar a actual direccção do PS nas conversas que decorrem sobre o futuro do país que não estejam sustentados em interesses pessoais?
Cisão interna? Agora? Se há coisa que Soares sempre fez foi corroer o PS sempre que as suas perspectivas não eram seguidas. Com Portugal fez a mesmíssima coisa.
Soares nunca foi socialista. Foi sempre soarista. E não quer saber de mais nada (felizmente para nós, o soarismo já não durará muito mais).
Se António José Seguro for inteligente e tiver coragem, aproveita o momento para trazer o PS para o Século XXI e livrar-se destes pesos mortos que só representam o passado e que se comportam como se fossem os donos do partido, não demonstrando qualquer respeito pelo presente líder.
Sócrates, contudo, é outra questão. Como continua iludido e acha que já se redimiu ao olhos dos portugueses, continuará a tentar minar para personificar D. Sebastião. E, claro, não está à espera do nevoeiro.
O Salvador?
Não gosto do António José Seguro. É, à semenhança da maior parte dos nossos políticos, um homem que apenas trabalhou nos partidos. Mas, quando o PS caiu e o Sócrates saiu de cena, deu o corpo ao manifesto e ganhou as eleições internas do PS.
Qual é a necessidade deste novo salvador do PS e de Portugal?
Fazem parte do problema. Não querem redução de deputados.
António José Seguro anunciou que o PS apresentará até ao final do ano uma proposta para a redução do número de deputados da Assembleia da República.
Embora seja louvável – resta saber qual é a redução – não se deixa de vislumbrar populismo nesta medida o que nos leva a questionar o nível de convicção intrínseco à mesma.
Relativamente à problemática do sistema semi-presidencialista, sobre o qual o líder do PS nada disse, e que é o nosso principal problema de âmbito político, reservo os meus comentários.
Naturalmente, as reacções não se fizeram esperar.
E as mais intensas foram as do PCP e BE, tendo sido, diga-se, vergonhosamente exemplares.
Jerómino de Sousa diz que o PS quer alterar o princípio da proporcionalidade.
No que respeita a estes dois partidos, se existe coisa que não lhes interessa é a redução de deputados.
E não aceitam que o problema é o exagerado número de deputados e a escassa proporcionalidade entre o litoral e interior que resulta da distribuição plasmada na actual lei eleitoral.
É fácil usar o argumento “arco da governabilidade” e escudar-se em nunca terem estado no governo, mas PCP e BE não querem reformar o Estado ou tampouco diminuir a despesa.
Nem podem querer, caso contrário estão a renegar tudo aquilo em que acreditam.
Esta é a verdade:
PCP e BE jamais serão solução. Fazem parte do problema!
Nem timing, nem saber
Se o lider do PS, António José Seguro, tivesse alguma noção de oposição política, já tinha anunciado ter dado instrucções ao seu grupo Parlamentar para apresentar uma iniciativa que visasse a redução dos vencimentos dos deputados.
Mas, para isso, é preciso saber ser oposição.
O PS dificilmente será solução. Para mim, nunca o será!
Responsabilidades
O PS defende que é altura do PSD assumir responsabilidades, pois já é Governo há oito meses.
E o PS? Ainda não o vi assumir responsabilidades pelos anos de governação socrática.
Ou será que oito meses fazem esquecer seis anos?
Não são os socialistas os verdadeiros responsáveis pela austeridade?
Explicações?
O problema é que o O Dr. António Seguro tem que pedir explicações sobre o BPN porque ninguém no PS (ou do PS) sabe explicar o que aconteceu, porque aconteceu e como aconteceu, pois, aparentemente, o Sócrates, o Teixeira dos Santos e o Victor Constâncio estão incontactáveis.
(Alguém se lembra do montante que o Governo Socrático colocou no BPN?)
Infelizmente, somos nós quem tem que arcar com a (ir)responsabilidade socialista.
O Seguro conduz ao INSEGURO
A posição que o líder do maior partido da oposição – partido que negociou e assinou o acordo – manifestou à Troika já está a ter as suas consequências.
Leiam este artigo no Financial Times: “Lisbon under pressure on bail-out terms”
Que imagem estamos a passar?
E convém não esquecer que quem gastou o dinheiro que não tinha como se nunca o fosse pagar foi, principalmente, o “nosso amigo” José Sócrates!
Será que o afirmou a quem de direito?
O actual lider socialista, António José Seguro, tornou publica a sua discordância com alguns dos pontos acordados com a Troika.
Ora, quem negociou com Troika foi o Primeiro-Ministro de então, o socialista José Sócrates.
Será que os pontos de vista que agora manifestou foram afirmados, na devida altura, a quem de direito?
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