Portugal precisa de …
Portugal não precisa de decisores políticos que só tomam decisões com e por causa de imunidades, mas também não pode continuar a ter cidadãos que se alheiam das eleições.
E tinha direito?
Francisco Louçã vai abandonar a Parlamento e, segundo o próprio, “Saio como entrei, com a minha profissão sem qualquer subsídio, sem qualquer reforma”.
Será que tinha direito à mesma?
Se a memória não me falha, foi em 2006 que foi revogada a norma que estabelecia as reformas aos deputados.
Para além disso, foi combinado que apenas os deputados que nessa data tivessem mais de 12 anos de funções é que manteriam o direito à mesma.
Em que ano é que Francisco Louçã iniciou funções como deputado? Em 1999.
Continua fiel a si mesmo. Não passa de um (perigoso) demagogo!
Eis a questão!
Não gostamos de pagar (tantos) impostos.
Não gostamos de reduzir (tanta) despesa.
Que fazer?
Não pagar?
Fazem parte do problema. Não querem redução de deputados.
António José Seguro anunciou que o PS apresentará até ao final do ano uma proposta para a redução do número de deputados da Assembleia da República.
Embora seja louvável – resta saber qual é a redução – não se deixa de vislumbrar populismo nesta medida o que nos leva a questionar o nível de convicção intrínseco à mesma.
Relativamente à problemática do sistema semi-presidencialista, sobre o qual o líder do PS nada disse, e que é o nosso principal problema de âmbito político, reservo os meus comentários.
Naturalmente, as reacções não se fizeram esperar.
E as mais intensas foram as do PCP e BE, tendo sido, diga-se, vergonhosamente exemplares.
Jerómino de Sousa diz que o PS quer alterar o princípio da proporcionalidade.
No que respeita a estes dois partidos, se existe coisa que não lhes interessa é a redução de deputados.
E não aceitam que o problema é o exagerado número de deputados e a escassa proporcionalidade entre o litoral e interior que resulta da distribuição plasmada na actual lei eleitoral.
É fácil usar o argumento “arco da governabilidade” e escudar-se em nunca terem estado no governo, mas PCP e BE não querem reformar o Estado ou tampouco diminuir a despesa.
Nem podem querer, caso contrário estão a renegar tudo aquilo em que acreditam.
Esta é a verdade:
PCP e BE jamais serão solução. Fazem parte do problema!
Sobre o Congresso Democrático das Alternativas
Não é de agora que defendo que o sistema semi-presidencialista português está esgotado e que a sua manutenção já não é um factor de agregação, mas sim o principal elemento de desagregação da ligação entre eleitores e eleitos.
Como tal, tinha algumas expectativas no Congresso Democrático das Alternativas.
Infelizmente, não ouvi ninguém na reunião deste Congresso a afirmar o que entende por liberdade e, para além do mais, a grande maioria dos rostos do congresso são de pessoas directa e indirectamente responsáveis pelo estado da Nação.
A minha impressão do mesmo é que se trata apenas de mais auto-promoção e com pouca vontade de alterar o status quo.
Querem é mudar os protagonistas!
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