Presidenciais 2011 – 3ª leitura das sondagens
Quer se goste, quer se não, José Sócrates será um dos vencedores das eleições presidenciais.
Estrategicamente foi brilhante!
Apoiou Manuel Alegre para manter o PS intacto, ao satisfazer os pedidos dos socialista mais radicais. Para além disso, livra-se de fantasmas e ensina a Francisco Louça como se devem fazer purgas no século XXI.
Sócrates sempre quis Cavaco em Belém, pois este é mais previsível. Mesmo equacionando uma postura mais agressiva de Cavaco Silva no segundo mandato.
Mais do mesmo. O que este tipo de avaliações coloca é a questão:
– porque se gastam “montes” de recursos nas campnhas presidenciais ?
– porque não se elege o Presidente, no Parlamento ?
– para que serve o Presidente, neste sistema constitucional ? Se não tem capacidades governativas, serve para quê ? Esbanjar recursos ? Intrigar ? Servir grupos de interesses ?
2011-01-21 at 14:32
Concordo absolutamente com o seu comentário!
Ou presidencialismo ou parlamentarismo, o Presidente da República não serve para nada (embora pudesse servir, se fosse o cimento integrador da Nação).
Ainda estamos a tempo de ir buscar o Rei, nem que seja o de Espanha…
2011-01-21 at 15:38
Só um aparte à primeira sugestão de Carlos Lacerda.
Diz ele: “ainda estamos a tempo de ir buscar o Rei, nem que seja o de Espanha”.
Sobre isso do Rei, só posso dizer que a nossa Constituição tem muito pouco de democrática ao impedir que os portugueses escolham o regime político em Portugal.
Sobre, “nem que seja o de Espanha”, já foi tempo em que Juan Carlos foi Rei. Há muito que não o é. Só digo que “nem que seja o de Espanha” que “é pior a emenda que o sorvte”
2011-01-21 at 19:57
Vicente,
As tuas conclusões são brilhantes, apenas a do Fernando Nobre acho que é um pouco “enviesada”. Gostaríamos mesmo é que tivesse sido uma vitória.
Quanto à estratégia Sócrates, ele é o grande vencedor desta eleições!
Ele sabe que a sua grande ameaça estratégica era o avanço da esquerda do PS e da nova esquerda juvenil e urbana do Bloco (que lhe tirou a maioria e quase 11% dos votos nas últimas legislativas).
Com uma derrota estrondosa (e humilhante?) que se perfila para o Alegre, ele livra-se desta (incómoda) tendência, e cala a voz do célebre “a mim ninguém me cala” (também nunca percebi bem para que é que o Alegre servia, mas isso são contas de outro rosário).
Quanto à genial estratégia de atrelar o Bloco de Esquerda ao Alegre, creio que conseguiu colar-lhes para sempre uma etiqueta de “partido do sistema” que faz cair por terra o seu mais importante elemento da metalinguagem (supostamente o “partido do anti-sistema” a virgem pura com um pastor protestante ao volante).
O nosso primeiro demonstra uma vez mais que é um animal político, e que ainda está para nascer quem lhe chegue sequer aos calcanhares…
2011-01-21 at 15:28
Sempre que se fala sobre a revisão constitucional, só ouço e vejo o PSD e o PS (e os restantes partidos) preocupados com fait divers. Decididamente, não querem tomar as decisões que precisam de ser tomadas.
Fica a pergunta: porquê?
Portugal precisa de decidir se opta pelo parlamentarismo ou presidencialismo.
Só depois poderá efectivamente implementar as reformas que o sistema político urgentemente necessita.
2011-01-21 at 17:35
Pingback: Presidenciais 2011 – Análise dos resultados « (in)Transmissível