Platão, Aristóteles e os políticos portugueses
Quando os políticos portugueses se referem aos filósofos gregos, fico sempre com a pulga atrás da orelha.
Na Universidade de Verão que o PSD organizou este ano, na sua intervenção, Marques Mendes pediu mais ética na política e afirmou que pessoas arguidas em processos não deviam constar nas listas dos partidos. No dia seguinte, Paulo Rangel afirmou-se contra essa possibilidade, por ser contra a presunção de inocência e outros direitos individuais, referindo ser necessário que Platão e Aristóteles fossem mais lidos pelos políticos.
Se é verdade que há falta de políticos que tenham lido Platão e Aristóteles, aparentemente quem os leu não os entendeu.
No tempo de Platão e de Aristóteles os direitos individuais, onde se inclui a presunção da inocência, eram inconcebíveis. E a ética, sendo indissociável da vida pública, era imprescindível na política.
Que excelente post!
Realmente é preciso não entender as circunstâncias da Pólis grega para aconselhar a leitura de Platão e Aristóteles como suporte dos direitos individuais.
2009-09-11 at 19:57
É provável que o Paulo Rangel tenha outra intenção ao referir-se à necessidade da leitura de Platão e Aristóteles
2009-09-11 at 23:38
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