É assim tão surpreendente?
Confesso que na maior parte das vezes não concordo com as análises do Daniel Oliveira.
Mas tal não impede que leia o que ele escreve.
Este artigo está fantástico.
No entanto, é assim tão surpreendente?
Para além de ser uma uma manta de retalhos, desde cedo que a personalidade dominante do BE foi o Francisco Louçã. Ora, sabendo qual é a linha orientadora da ideologia política do seu “presidente”, será realmente de estranhar que o BE venha a ter convulsões internas por causa da miragem e da passagem pelo poder?
Quer parecer-me que alguém anda a ficar desiludido. E não vai ser o único.
Desgarrada
Mais uma vez manifesto a minha tristeza por as listas de deputados do PSD serem incoerentes com o discurso que vinha a ser utilizado pela líder do partido.
Mas, se isto é fado?
O que é isto? Desgarrada?
Alternativas e convicções (2)
Tenho passado os últimos dias a tentar demover amigos meus, tradicionalmente votantes no PSD, que estão inclinados a votar no BE.
Não sei se os meus argumentos estão a produzir efeitos!
Em boa verdade, a única razão que me faz votar no PSD é ser um mal menor em relação ao PS.
Preferia mil vezes fazê-lo por convicção.
Braços Cruzados
Para além de alguns “excessos”, característicos da sua personalidade, nada a dizer das análises do Medina Carreira.
Nos últimos tempos, a única coisa que não gostei de ouvir dele foi, numa entrevista com o Mário Crespo, ter afirmado que dificilmente iria votar.
Só há duas maneiras de modificar as coisas:
através do sistema, exercendo o voto;
ou alterando o sistema.
Como os detentores da capacidade de alterar o sistema não o fazem pois serão os principais prejudicados, só através duma revolução é que o sistema será modificado.
Sempre que pessoas esclarecidas afirmam que não votam, lembro-me de Edmund Burke:
“Para que o mal triunfe basta que os bons fiquem de braços cruzados”.
Não votar é ficar de braços cruzados, permitindo que outros decidam, por nós, o nosso futuro.
Convergência de Esquerda
É uma das hipóteses que muita gente considera.
E a crer no que as sondagens apontam, especialmente esta, é provável uma coligação governativa entre o PS e o BLOCO de ESQUERDA.
Nada será mais negativo para o futuro do país. A ver vamos.
Estou curioso para ver novas sondagens, agora que o programa do PSD foi apresentado.
Integridade
Que é feito da integridade?
Nas anteriores legislativas, o PS, liderado por José Sócrates, ganhou as eleições.
Apesar de não ter votado PS, naturalmente aceitei o resultado da manifestação popular e, depois das suas intervenções iniciais, principalmente no que expressou quanto à reforma do sistema político, até lhe dei o benefício da dúvida.
Ora, confrontado com uma rebelião (em surdina) por parte do seu própio grupo parlamentar, Sócrates não foi capaz de fazer o que tinha dito. Para mim, perdeu logo aí o «estado de graça».
Um dos problemas de José Sócrates – quiçá decorrentes da sua personalidade – é não ouvir opiniões diferentes das suas. Mas o seu maior problema é estar rodeado de ínumeros assessores que não são capazes de lhe dizer “não faça isso pois será um erro” com medo de perderem o lugar.
Sempre fui um defensor da Manuela Ferreira Leite. Era ela quem deveria ter assumido a chefia do governo depois da saida do Durão Barroso. Mas assim não foi e hoje vivemos as consequências de opções erradas, porque (quase?)ninguém foi capaz de dizer não ao Santana Lopes …
É por isso que lamento muito, mas tenho muita pena que o PSD tenha apresentado as listas de deputados que apresentou. É por isso que tenho medo que igualmente a líder do PSD esteja rodeada de pessoas que não sejam capazes de lhe dizer não.
Mas pior será se for a própria líder a não ser capaz de dizer não!
Alternativas e convicções
Não era dificil prever que as listas que o PSD apresentou fariam com que alguns dos seus votantes procurassem outra alternativa. O Bloco de Esquerda era uma delas.
Independentemente da escolha que esses votantes fizerem, o que irá emergir destas eleições é a vitória do voto sem convicção. Mesmo aqueles que se mantiverem fiéis aos partidos em que costumam votar, fá-lo-ão por necessidade e não por opção.
Já não bastava o voto útil que, por ser uma escolha de exclusão e não de inclusão, é nefasto à democracia. Tinham que arranjar maneira de piorar as coisas forçando o emergir do voto sem convicção.
Que pensar?
Que pensar, quando pessoas esclarecidas – Fernando Nobre e Mário Crespo – procuram alternativas fora dos habituais ocupantes do poder?
Platão, Aristóteles e os políticos portugueses
Quando os políticos portugueses se referem aos filósofos gregos, fico sempre com a pulga atrás da orelha.
Na Universidade de Verão que o PSD organizou este ano, na sua intervenção, Marques Mendes pediu mais ética na política e afirmou que pessoas arguidas em processos não deviam constar nas listas dos partidos. No dia seguinte, Paulo Rangel afirmou-se contra essa possibilidade, por ser contra a presunção de inocência e outros direitos individuais, referindo ser necessário que Platão e Aristóteles fossem mais lidos pelos políticos.
Se é verdade que há falta de políticos que tenham lido Platão e Aristóteles, aparentemente quem os leu não os entendeu.
No tempo de Platão e de Aristóteles os direitos individuais, onde se inclui a presunção da inocência, eram inconcebíveis. E a ética, sendo indissociável da vida pública, era imprescindível na política.
Gripe A
Há coisas que não se compreendem.
Na mesma intervenção, a Ministra da Saúde afirmou estar convencida que 90 a 95% da população portuguesa será infectada, ainda que ligeiramente, pelo vírus H1N1, e que tem “esperança” que a entrega atempada da vacina possa prevenir essa eventualidade.
Ora, se está convencida da infecção é porque a prevenção não será conseguida.
Ou estarei enganado?
Desconhecimentos
Há quem ande por aí a dizer que não conhece alguém.
É normalíssimo.
O que já se torna um pouco estranho, para quem anda na política activa, é afirmar desconhecer quem são os seus adversários políticos.
Se aos trinta se escolhem as companhias, aos vinte deve-se ler Maquiavel.
Isto para quem anda na política!
(A alternativa ao insulto é o insulto.
Vivemos na mais completa falta de vergonha!)
Impressão
É de mim, ou o Pacheco Pereira JAMAIS aceita comentários?
Erros a mais
Não contando com a reacção de determinadas personalidades do próprio partido, Pacheco Pereira apresentou este simples, e não menos meridiano, argumento (ou facto, segundo JPP): Errar é humano!
Por isso, os dirigentes do PSD também erram.
A vantagem advém dos erros dos sociais democratas não serem tão gravosos como os do PS.
Infelizmente, são erros. Então qual é a receita?
Internamente, para os que contestaram as decisões da direcção do partido, comer e calar para no futuro dispor.
Externamente, para os portugueses, engolir sapos.
Há erros a mais nos partidos políticos portugueses. Assim como também há demasiado “estatuto”.
Veremos quem irá engolir sapos …
Tiro no pé
Manuela Ferreira Leite candidatou-se à liderança do PSD porque foi empurrada para tal. Era visível que não tinha vontade de ser presidente do partido. Contudo, sacrifícios são necessários.
Infelizmente para ela, ganhou a presidência (por pouco) e desde esse momento sentiu-se que estava nas mãos de terceiros.
Teve um momento de decisão com a escolha de Paulo Rangel, o seu principal apoio, para as Europeias.
Aparentemente, teve que pagar um preço por essa ousadia.
Resultado, as listas do PSD são uma vergonha!
(Lá vai o tele-evangelista buscar votos onde não contava!)
Instrumentos da Ditadura
A separação entre esfera privada e pública não é linear nem simples. E, dependendo da perspectiva, ambas servem de sustentação argumentativa a, e em, si mesmo.
São interferências, ou intervenções, como estas que fazem com que a ligação entre a economia e a política não seja inteiramente benéfica.
Na essência, embora paradoxalmente, os accionistas são instrumentos da ditadura pois condicionam o livre funcionamento do mercado, principalmente quando servem de desculpa aos Directores Executivos para a implementação de estratégias empresariais dúbias.
Eis dois exemplos de agentes manipuladores do sistema:
economicos (privados) = accionistas
políticos (públicos) = títulares dos cargos públicos
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